Topo

Aberto do Brasil tenta angariar público contra 'concorrência desleal' da praia

Praia da Costa do Sauipe fica lotada, mesmo durante uma partida com brasileiros - Rubens Lisboa/UOL Esporte
Praia da Costa do Sauipe fica lotada, mesmo durante uma partida com brasileiros Imagem: Rubens Lisboa/UOL Esporte

Rubens Lisboa

Na Costa do Sauipe (BA)

12/02/2011 06h52

Cenário paradisíaco que ajuda a atrair tenistas para o Aberto do Brasil, as praias baianas acabam atrapalhando o torneio na briga por público nas partidas, o que mantém as arquibancadas vazias na quadra central durante as partidas que ocorrem durante o dia, mesmo em duelos envolvendo brasileiros como foi o caso da vitória de Ricardo Mello sobre Pablo Andujar nas quartas de final na tarde de quinta-feira e a semifinal vencida dupla brasileira Marcelo Melo/Bruno Soares na sexta-feira por volta de 16h30 no horário local (17h30 de Brasília).

A organização do torneio na Costa do Sauipe tentou reduzir a perda de público dos últimos anos investindo em promoções para angariar mais torcedores, distribuiu convites aos hóspedes do hotel oficial do torneio durante os primeiros dias, mas ainda assim os convidados decidiram curtir as atrações do local para depois verem as partidas noturnas e com o maior público, como as duas de Thomaz Bellucci e as semifinais de simples.

TOMAR SOL NA PRAIA, E NÃO NA QUADRA

  • Rubens Lisboa/UOL Esporte

    Marcelo Melo e Bruno Soares jogam com arquibancadas vazias na Costa do Sauipe, Bahia

  • Rubens Lisboa/UOL Esporte

    Já a praia baiana não sofre com a falta de 'público'

Durante a partida entre as duplas Marcelo Melo/Bruno Soares e Fabio Fognini/David Marrero, o UOL Esporte conferiu a quadra com os jogadores em ação e a praia, que tinha mais público do que o confronto de tênis mesmo com brasileiros em quadra e valendo vaga na final. Até mesmo árbitras de cadeira, que não trabalhavam na partida, aproveitavam o momento de descontração na praia.

Para tentar entrar na briga com a praia a organização tentou se mexer. Neste ano os hóspedes dos hotéis e pousadas na Costa do Sauipe puderam acompanhar as partidas gratuitamente até as quartas de final. Ações de empresas patrocinadoras usando sorteio de produtos, cartas convidando para o torneio e distribuindo brindes, o que ajudou nas partidas noturnas, mas durante o dia não funcionou, um problema já antigo para o Aberto do Brasil.

“Quando a gente começa a pensar em Brasil Open, seis meses antes, o público é a primeira coisa que a gente vê. Queremos botar gente aqui porque cria uma atmosfera legal para os jogadores, é interessante para a televisão, tem uma série de fatores”, afirma o gerente do torneio ATP brasileiro.

Com a percepção dos vários atrativos priorizados pelos turistas durante as partidas, Luiz Carvalho revelou que até mesmo ações na praia foram feitas para tentar “lembrar” aos visitantes que há torneio acontecendo durante a tarde e a noite.

“Tem essa promoção nova de blitz para quem está na praia, para chamar o público. Investimos bastante na comunicação aqui na Costa do Sauipe, afinal, a gente tem 2.500 quartos e isso são 2.500 pessoas que lotariam esse estádio. É mais a comunicação aqui dentro para saber que tem o evento, que os ingressos não são caros”, explica o dirigente, lembrando que os ingressos variam entre R$ 5 e R$ 160.

Gerente do torneio que trabalha fazendo uma função de diretor, Luiz Carvalho explica que as belezas do litoral baiano são mesmo um desafio para o torneio e acredita que alguns fatores são difíceis de alterar para o crescimento do Aberto do Brasil.

“Tem algumas coisas que fogem do nosso controle. A gente pode dar ingresso na mão do cara e depois tem que partir dele levantar da cadeira de praia e vir até o evento. No Sauipe é uma competição até um pouco desumana contra a praia”, finaliza Luiz Carvalho.

*O repórter viaja a convite da organização do Aberto do Brasil.