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Aberto do BR garante contato com ídolos e mordomias em valores extravagantes

Ricardo Mello autografa grande bola de tênis para garoto na Costa do Sauipe (BA) - Divulgação
Ricardo Mello autografa grande bola de tênis para garoto na Costa do Sauipe (BA) Imagem: Divulgação

Rubens Lisboa*

Na Costa do Sauipe (BA)

14/02/2011 06h21

Visita de uma semana a um resort paradisíaco, um torneio de tênis válido pelo circuito ATP, o contato direto com os tenistas durante o café da manhã, o almoço e as festas promovidas em um hotel com regime de pensão all-inclusive. Isso é o que os fãs de tênis podem encontrar no Aberto do Brasil, na Costa do Sauipe. Mas todo esse luxo tem um preço e não é dos mais modestos.

O torneio brasileiro que há 11 anos é promovido pela Koch Tavares no litoral norte da Bahia até consegue disponibilizar ingressos com preços não elevados - neste ano ainda contou com acesso livre aos hóspedes da Costa do Sauipe nos primeiros dias -, mas tem acréscimo do transporte e a hospedagem que podem beirar os R$ 6 mil, valor maior que de alguns pacotes para visitar a cidade de Paris pelo mesmo período, por exemplo.

Mas pagando o alto preço por um hotel de serviço completo com café da manhã, almoço e jantar, além de passagens aéreas e o transporte que leva do aeroporto Luis Eduardo Magalhães, em Salvador, até a Costa do Sauipe, o amante do tênis pode viver uma cena curiosa no Aberto do Brasil, o contato com os jogadores.

Bicampeão na edição de 2011 no Aberto do Brasil, o espanhol Nicolás Almagro foi um dos jogadores que teve em alguns momentos o seu almoço interrompido para dar autógrafos aos frequentadores do hotel Sauipe Park, onde os tenistas foram hospedados, assim como parte da imprensa e convidados da organização ou empresas patrocinadoras do evento.

Almagro, aliás, foi um dos destaques não apenas nas quadras do torneio ou por ter tocado com o Olodum no Pelourinho, em Salvador. O espanhol levou, além do treinador e o preparador físico, sua mãe Mercedes, a mulher Cristina, o cunhado Dámaso e o padrasto Jesús. Durante os almoços o tenista se animou com a música ao vivo em algumas ocasiões, como na apresentação da música “Aquarela”, de Toquinho, que foi cantada pelo tenista espanhol em sua mesa seguindo a letra e batendo palmas enquanto era executada por um músico local.

Entre os brasileiros, o destaque era Thomaz Bellucci, também acompanhado por sua família durante todo o evento, mas sem o mesmo contato que Almagro. Enquanto os pais do número um do Brasil iam para as quadras de tênis para bater bola, Bellucci estava treinando com Larri Passos ou participando dos eventos promovidos pelos patrocinadores do Aberto do Brasil.

A chance de poder comemorar um título com o ídolo no futebol é raridade e no tênis também é pouco comum em vários torneios realizados no circuito, especialmente os que contam com estrelas como o espanhol Rafael Nadal e o suíço Roger Federer, mas no Aberto do Brasil a situação é diferente.

Vencedores do torneio, os duplistas mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares, além de Nicolas Almagro, comemoraram em um show da cantora paraibana Elba Ramalho e por perto estavam vários hóspedes “comuns” do hotel, onde até o vice-campeão Alexandr Dolgopolov se distraia com seu técnico australiano Jack Reader após a derrota na final.

Embora apresente todo o seu charme e luxo, o alto custo da Costa do Sauipe não ajuda a cumprir a expectativa por público e boa parte dos freqüentadores do local é formada por convidados de empresas parceiras, estes sim lotam os hotéis e ajudam a aumentar o público do torneio, que nos últimos anos não conta com a presença de Gustavo Kuerten nem mesmo nos camarotes após o evento ter trocado de patrocinador principal.

*O repórter viaja a convite da organização do Aberto do Brasil.