Topo

Promotora não vê local para mudança do Aberto do Brasil, mas aguarda propostas

Pouco público acompanha partida de duplas, com brasileiros em quadra no Sauipe - Rubens Lisboa/UOL Esporte
Pouco público acompanha partida de duplas, com brasileiros em quadra no Sauipe Imagem: Rubens Lisboa/UOL Esporte

Rubens Lisboa*

Na Costa do Sauipe (BA)

15/02/2011 06h15

Anualmente os boatos sobre uma possível mudança de sede do Aberto do Brasil da Costa do Sauipe para a cidade de São Paulo pode ocorrer. Mas assim como nos anos anteriores, nada é confirmado pela organização do único torneio ATP do país, que admite aguardar pelas propostas e por um local que possa abrigar o evento.

O que ocorre para a Koch Tavares, organizadora do torneio, é que nenhum outro lugar no Brasil tem condições ideais para receber o evento e até o momento não houve nenhuma proposta concreta para levar o torneio a uma grande capital como Rio de Janeiro ou São Paulo, apesar de geralmente haver manifestação de interesse por representantes de tais cidades.

Caso a promotora receba uma boa oferta de um estado para garantir a mudança de sede do torneio, a resistência não deverá ser grande. Mesmo com o apoio recebido na edição deste ano pelo governo estadual baiano, que transformou o nome do torneio em “Brasil Open Bahia 2011”, os dirigentes deixam claro que poderia ser interessante dar novos ares ao evento.

“Nosso contrato no Sauípe é anual, sempre foi bom para ambas as partes. Eles atendem as nossas necessidades aqui. Em relação a uma possível mudança de local é o que eu sempre falo, a gente está aberto a receber propostas, a entender que se tiver novos lugares a gente quer saber. Em São Paulo até hoje não fizeram nenhum local fixo onde a gente pudesse fazer, ou no Rio de Janeiro”, explica Luiz Carvalho, gerente do Aberto do Brasil.

O dirigente afirma que mesmo no caso de uma nova arena ser construída em uma cidade mais vantajosa, o complexo construído na Costa do Sauipe por Luis Felipe Tavares, presidente da Koch Tavares, não ficará sem receber um evento de grande porte devido ao fato de ter tudo pronto para realizar um torneio.

O presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda, esteve presente no último sábado para acompanhar a final do Aberto do Brasil na Costa do Sauipe e já declarou o seu desejo de construir um centro de treinamento em São Paulo para poder também abrigar o único torneio ATP brasileiro, mas o mesmo admite o insucesso nas investidas realizadas até o final do ano passado e ainda não vê solução nos primeiros meses de 2011, além de culpar a gestão anterior do governo paulista.

“O Jorge tem trabalhado muito duro pelo tênis para ter esse centro e a gente está em conversa com ele. Tomara que saia alguma coisa do papel, a gente está receptivo a novas ideias. No momento não existe nenhum lugar que você possa falar que pode fazer o Brasil Open. Ou não é bem recebido, ou não tem o espaço necessário, ou a logística não funciona. Redondo como o Sauipe não tem. Quem sabe no futuro tenha e a gente vai estudar a possibilidade, a gente quer que o evento cresça. Para tirar daqui e ir para um lugar onde o evento vá diminuir de proporção, não nos interessa. Essa é a realidade”, afirma Carvalho.

As presenças do presidente da CBT, do novo secretário de esportes do estado de São Paulo, Jorge Pagura, e do ex-secretário Walter Feldmann na Costa do Sauipe durante o último fim de semana causaram novos boatos de negociação para o torneio migrar, mas novamente não houve confirmação e os dois políticos participaram do anúncio de uma parceria da Koch Tavares com a empresa de consultoria esportiva Nielsen, além de novas empreitadas da promotora em São Paulo.

Embora não tenha um local para realizar um grande evento de tênis, Luis Felipe Tavares promete anunciar em breve uma realização na capital paulista que também contará com torneio feminino, mas o dirigente diz não poder dar mais detalhes.

“A gente já fez bastante eventos no feminino. Temos um projeto que não podemos comentar ainda que inclui o feminino. É um evento em São Paulo que incluiria a participação das mulheres”, afirma Luis Felipe Tavares, que realizou nos dois primeiros anos do Aberto do Brasil edições femininas vencidas pela norte-americana Monica Seles em 2001 e pela russa Anastásia Myskina em 2002.

*O repórter viajou a convite da organização do Aberto do Brasil.