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Dez anos após tri de Guga, Bellucci joga badalado e pressionado em Paris

Thomaz Bellucci tenta repetir em Roland Garros o bom desempenho de Madri - Julian Finney/Getty Images
Thomaz Bellucci tenta repetir em Roland Garros o bom desempenho de Madri Imagem: Julian Finney/Getty Images

Rubens Lisboa

Em São Paulo

20/05/2011 08h10

Na memória de muitos torcedores brasileiros, o último momento agradável de Roland Garros foi há dez anos com Gustavo Kuerten, então número um do mundo, chegando ao seu terceiro e último título do Aberto da França. Com Guga aposentado, o nome da vez é Thomaz Bellucci, que recuperou o prestígio com o público ao ser semifinalista do Masters 1000 de Madri e tem agora a pressão e o bom momento para tentar ir além de seu histórico em Paris.

JOGOS DE BELLUCCI EM ROLAND GARROS

Edição/ faseResultado
2008
1ª rodada
derrota para Rafael Nadal
5-7, 3-6, 1-6
2009
1ª rodada
derrota para Martin V. Arguello
4-6, 7-6(7-4), 5-5 e abandono
2010
1ª rodada
vitória sobre Michael Llodra
6-4, 6-2, 6-2
2010
2ª rodada
vitória sobre Pablo Andujar
1-6, 6-3, 2-6, 6-4, 6-2
2010
3ª rodada
vitória sobre Ivan Ljubicic
7-6(4), 6-2, 6-4
2010
Oitavas
derrota para Rafael Nadal
2-6, 5-7, 4-6
2011
1ª rodada
estreia contra Andrey Golubev

Bellucci estreia no Grand Slam contra o cazaque Andrey Golubev, número 45 do mundo, de 24 anos. O único confronto deles foi no qualificatório do Masters 1000 de Roma, em 2009, e a vitória foi do brasileiro. Na sequência da chave, o pupilo de Larri Passos pode encarar o vencedor entre o italiano Andreas Seppi e o russo Teymuraz Gabashvili, podendo ter na terceira rodada o francês Richard Gasquet e o tcheco Radek Stepanek.

Mas o que pode complicar para o tenista brasileiro melhorar sua campanha em relação ao ano passado é o duelo das oitavas de final, em que apesar de deste ano ter escapado de Rafael Nadal, seu adversário caso vença as três partidas iniciais é justamente o sérvio Novak Djokovic, invicto neste ano e que venceu Bellucci de virada na semifinal do Masters de Madri.

Bellucci tem um histórico de boas partidas em Roland Garros. Em 2008, ano da despedida de Guga, a estréia do atual número um do Brasil foi diante do espanhol Rafael Nadal e ele não fez feio, dificultando a vitória do rival. No ano seguinte, as cãibras fizeram Bellucci abandonar quando jogada um duelo equilibrado com o argentino Martin Vassallo Arguello.

No ano passado a campanha de Thomaz Bellucci melhorou com a chegada às oitavas de final de um Grand Slam pela primeira vez. Bellucci só parou no duelo com Rafael Nadal e se tornou o brasileiro com o melhor ranking depois de Gustavo Kuerten ao chegar a ser 21º colocado na lista da ATP.

OUTROS DUELOS DA 1ª RODADA

Único brasileiro na chave além de Bellucci, Ricardo Mello estreia em Roland Garros contra o norte-americano Mardy Fish, número 10 do mundo
Atual campeão em Paris, o espanhol Rafael Nadal enfrenta na estreia o norte-americano John Isner, número 39 do ranking de simples da ATP
Na busca por seu segundo título em Roland Garros, o suíço Roger Federer estreia contra o espanhol Feliciano Lopez, 41º do mundo
Invicto na temporada, Novak Djokovic terá como primeiro adversário em Paris o holandês Thiemo De Bakker, atual número 71 do ranking mundial

Neste ano, a volta de Bellucci a Roland Garros tem um componente especial que é a participação do técnico Larri Passos, o mesmo das três conquistas de Gustavo Kuerten na capital francesa. Depois de um início instável, a parceria rendeu frutos no Masters 1000 espanhol e os dias de preparação no interior da Alemanha podem ajudar na nova campanha.

A posição de Bellucci na edição deste ano é a sua melhor, como 25º, sendo que em 2008 ele era 76º, em 2009 era 119º e no ano passado ele chegou como 29º. Por outro lado, ele inicia em Roland Garros uma série de pontos a defender que pode lhe tirar posições importantes no ranking mundial nos próximos meses.

Thomaz Bellucci tem 180 pontos a defender pelas oitavas de final de Roland Garros ano passado. Depois terá em junho os 90 pontos de Wimbledon e em julho mais 90 pontos do ATP 500 de Hamburgo. Caso melhore sua campanha neste ano e alcance ao menos as quartas de final, o brasileiro defende toda a pontuação dos três meses e pode engatar uma subida no ranking a partir dos torneios seguintes.