Topo

Após susto por furacão, Aberto dos EUA começa com disputa aberta pelo título

Bola oficial do Aberto dos EUA boia durante chuva forte causada pelo furacão Irene - Julian Finney/Getty Images/AFP
Bola oficial do Aberto dos EUA boia durante chuva forte causada pelo furacão Irene Imagem: Julian Finney/Getty Images/AFP

Do UOL Esporte

Em São Paulo

29/08/2011 07h20

Após incertezas devido às consequências do furacão Irene, o Aberto dos Estados Unidos tem seu início nesta segunda-feira após os tenistas não terem conseguido nem mesmo treinar o suficiente em Nova York. O último Grand Slam da temporada coloca frente a frente de novo os principais jogadores do mundo, com o sérvio Novak Djokovic, número um do mundo, buscando o título pela primeira vez no torneio contra o atual campeão Rafael Nadal e o pentacampeão Roger Federer.

Entre as mulheres, a norte-americana Serena Williams tenta voltar aos títulos de Grand Slam após longo afastamento, mas tem pela frente jogadoras como Caroline Wozniacki, Maria Sharapova, Petra Kvitova e Na Li, as duas últimas campeãs em Wimbledon e Roland Garros.

A chave do Grand Slam tem ainda os tenistas brasileiros Thomaz Bellucci, João Souza e Ricardo Mello, os três principais jogadores do país atualmente no ranking mundial da ATP, sendo Souza, o Feijão, um estreante na chave principal de um Grand Slam.

PERSONAGENS PRINCIPAIS E COADJUVANTES DO ABERTO DOS ESTADOS UNIDOS

LUTADOR
DESAFIANTE
Com 57 vitórias e nove títulos conquistados na temporada, tendo perdido apenas dois duelos no ano, o sérvio que ocupa a posição número 1 do ranking mundial chega ao último Grand Slam da temporada com um cartel que mais parece com o de um lutador em toda a carreira. Djokovic tenta vencer em Nova York pela primeira vez um ano após ter perdido o título para Rafael Nadal. O problema é o físico de quem jogou 59 partidas e desistiu da última na final do Masters 1000 de Cincinnati ao sentir dores no ombro. Se as dores não voltarem a castigar, é o favorito. Seu adversário na estréia é o qualifier irlandês Conor Niland (129º do mundo), que não deve causar dificuldades na primeira rodada.Há um ano o espanhol era o homem a ser batido em Nova York, o mais temido. Pois ele conquistou o título do único Grand Slam que lhe faltava e fechou o ano como número um do mundo. Hoje a situação mudou, ele virou saco de pancadas de Novak Djokovic e nos torneios preparatórios jogados nos Estados Unidos não se mostrou bem, queimou os dedos na cozinha e decepcionou, além de declarar que perdeu a confiança. Como o histórico mostra que não se deve desconfiar de Rafael Nadal, é impossível descartar suas chances de novo título em Flushing Meadows. O espanhol estréia contra o cazaque Andrey Golubev (33º do mundo), que pode fazê-lo correr um pouco mais, mas não o bastante para uma surpresa.
COADJUVANTE
DESACREDITADO
Entre 2004 e 2008, foi o dono do Aberto dos EUA, derrubou seus rivais um a um e impôs respeito nos adversários. O problema é que em 2009 surgiu um tal de Juan Martin Del Potro, que não baixou a cabeça para o suíço e quebrou a sequência de títulos para vencer em Flushing Meadows. Sem Del Potro no ano passado devido a uma lesão, Federer foi longe no Major e esteve perto da vitória na semifinal para brigar por um novo título, mas levou a virada de Djokovic. Agora pode sair de Nova York completando pela primeira vez desde 2004 uma temporada sem vencer Grand Slam, logo ele que é recordista de títulos com 16. Encara na estréia o colombiano Santiago Giraldo, que nunca passou da primeira rodada. O duelo será nesta segunda-feira por volta de 21h30 (de Brasília).Ser um tenista britânico com chances de brigar por um título de Grand Slam não é fácil. Principalmente no caso de Andy Murray, aquele que quando perde é chamado de escocês e quando ganha é britânico na imprensa do Reino Unido. Ele disputou a final do Aberto dos Estados Unidos em 2008, quando perdeu para Roger Federer, e neste ano caiu diante o sérvio Novak Djokovic no Aberto da Austrália. Se a boa participação em Cincinnati na preparação para Nova York pode pesar a favor, o tabu de britânicos sem Grand Slam, que já dura 73 anos, também não fica por menos. Terá pela frente na primeira rodada o indiano Somdev Devvarman (62º do ranking mundial), um adversário chato para uma partida de estreia, mas que não deve causar surpresa no início do torneio nos EUA.
NOVA PARCERIA
VIDA NOVA
Desde que assumiu o número um do ranking mundial há um ano, a tenista dinamarquesa decepcionou nas oportunidades que teve para conquistar um título de Grand Slam. Criticada por seu estilo defensivo de jogo, com poucos winners, a técnica deixou de ser o único ponto destacado contra ela nas últimas semanas. Rumores sobre um suposto namoro com o golfista Rory McIlroy coincidiram com uma fase de declínio da musa, ao mesmo tempo em que rumores sobre a demissão de seu técnico, o próprio pai Piotr Wozniacki. Depois de admitir o namoro com o golfista publicamente, ela voltou a ser campeã no Torneio de New Haven e joga seu primeiro Grand Slam aos olhos de seu ‘muso’, atual campeão do US Open no golfe. Encara na primeira rodada a espanhola Nuria Llagostera.A última impressão deixada por Serena Williams no Aberto dos Estados Unidos foi em 2009 quando foi eliminada em partida contra a belga Kim Clijsters quando causou um conturbado momento chegando a ameaçar uma fiscal de linha com a frase “Vou te matar” ao ter um foot fault marcado contra. Ela não jogou no ano passado devido a um corte no pé e viveu então o momento mais delicado da vida, chegando a ser internada com uma embolia pulmonar. De volta ao top 100, ela voltou a jogar bem, a conquistar títulos e chega como favorita novamente a Nova York. O título seria a sua redenção. A estreia será contra a sérvia Bojana Jovanovski, aquela jogadora que recentemente se confundiu de aeroporto e foi parar na cidade errada quando jogaria um torneio em Carlsbad.
AMULETO E ASCENSÃO
CASTIGO OU CHANCE DE OURO
Após passar temporadas entre as tenistas intermediárias da WTA, sem brigar por títulos importantes, a russa Maria Sharapova voltou a colocar seu nome entre as favoritas ao alcançar o vice-campeonato de Wimbledon e se reposicionar entre as quatro melhores tenistas do ranking mundial. Se desde 2008 o ombro era um incômodo, a musa conseguiu superar os problemas físicos e contou com um momento oscilante de suas adversárias para garantir um avanço técnico. Fora das quadras, tem contado com o apoio do noivo Sacha Vujacic. Jogando nos Estados Unidos, pode contar novamente com a torcida do jogador de basquete, seu amuleto de Wimbledon, já que a NBA está parada por greve. O início da campanha será diante da britânica Heather Watson, de apenas 19 anos, nesta segunda-feira por volta das 16h.O tenista número um do Brasil tem motivos para lamentar ou comemorar no Aberto dos EUA. Após a queda no ranking com a campanha fraca nos torneios prévios, ele perdeu a condição de cabeça de chave e não escapou das ‘pedreiras’. Seu adversário na estréia que acontece nesta segunda-feira às 17h (de Brasília) é o israelense Dudi Sela, que pode dificultar, mas não é o pior a se esperar. Caso vença o duelo da primeira rodada, Bellucci deve ter pela frente o suíço Roger Federer, que venceu cinco vezes o torneio. Do lado otimista para o brasileiro, contra Federer ele completaria o feito de enfrentar os quatro melhores tenistas do mundo atualmente. Como já jogou bem diante de Djokovic, Nadal e Murray, essa seria uma boa chance para mostrar serviço e recuperar os holofotes. É nessas partidas que Larri Passos tem focado o trabalho do jogador.
NECESSIDADE DE SURPREENDER
IGUARIA BRASILEIRA
A falta de ousadia de Ricardo Mello na preparação de seu calendário pode lhe custar caro. Sem ter defendido pontos por ter optado por jogar challengers em vez de torneios ATP, ele viu os challengers serem cancelados e acabou fora do top 100. Agora o brasileiro tenta retornar à lista dos cem melhores e uma vitória no Aberto dos Estados Unidos cairia como uma luva para ele atingir seu objetivo. O problema para Mello é que o rival que ele terá pela frente logo na estréia do Grand Slam é o francês Gilles Simon, um especialista no piso de cimento ao qual é disputado o torneio. O bom para Ricardo Mello é que ele costuma jogar bem diante de tenistas superiores e conseguiu superar a primeira rodada em Nova York em três oportunidades. Neste ano ele já venceu o norte-americano John Isner e arrancou um set do top 10 Mardy Fish.A grata novidade para o tênis brasileiro no Aberto dos Estados Unidos é a participação de João Souza, o Feijão, pela primeira vez na chave principal de um Grand Slam. O tenista treinado por Ricardo Acioly parece ter superado o período oscilante quando brigava para entrar no top 100, conseguiu finalmente fazer parte do seleto grupo dos cem melhores do mundo e furou o qualificatório em Nova York. Forte, alto e com golpes potentes, ele pode dar trabalho no piso rápido norte-americano e encara na estréia o convidado da organização Robby Ginepri, um adversário contra quem tem totais condições de vencer e já chegar à primeira vitória em um Major. Com duas semifinais em torneios ATP, Feijão tem se demonstrado mais maduro, mas caso vá à segunda rodada pode ter pela frente o grandalhão John Isner ou Marcos Baghdatis.