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Alckmin comete gafe em evento de tênis: "estou tentando descobrir o que é ATP"

Alckmin assinou documento autorizando o Aberto do Brasil de 2012 em São Paulo - Cris Castello Branco/Divulgação
Alckmin assinou documento autorizando o Aberto do Brasil de 2012 em São Paulo Imagem: Cris Castello Branco/Divulgação

Rubens Lisboa

Em São Paulo

05/10/2011 13h46

Com a confirmação da mudança do Aberto do Brasil para São Paulo, a cidade vai receber uma série de torneios de tênis nos próximos meses. Justamente por isso, após assinar o acordo para receber o maior evento brasileiro da modalidade, o governador Geraldo Alckmin tentou mostrar conhecimento do tênis na manhã desta quarta-feira no Palácio dos Bandeirantes, mas cometeu uma gafe ao dizer não saber o que é ATP  (Associação dos Tenistas Profissionais).

LOGÍSTICA E FALTA DE PÚBLICO FORAM FUNDAMENTAIS PARA A MUDANÇA DE SEDE

As dificuldades para atrair público, a logística do resort paradisíaco na Costa do Sauipe, a 70 km da capital baiana Salvador, e o Carnaval, foram fundamentais para fazer com que o local perdesse o único torneio ATP realizado no Brasil em 2012.

“Após 11 anos, o Brasil Open sai de uma fase de implantação e vem para uma metrópole. Isso já vai ajudar com o público. Também teremos ingressos populares e promoções de inclusão social”, afirma o presidente da Koch Tavares, Luis Felipe Tavares, que vai manter um torneio challenger na Bahia.

Para tenistas como Nicolas Almagro, que levava a família para o resort na Costa do Sauipe, e Juan Carlos Ferrero, que tem casa no local, a mudança do evento para São Paulo não foi agradável, mas a maioria achou melhor jogar na capital paulista.

“É uma metrópole que tem bons hotéis e opções de lazer. Eles podem aproveitar teatros, por exemplo. No Sauipe tinha a praia, mas eles só aproveitavam depois que perdiam. Estamos nos espelhando em eventos de metrópoles como em Paris, que não tem praia e eles adoram”, afirma Luiz Fernando Procópio Carvalho.

Com a presença de Maria Esther Bueno, dona de sete títulos de Grand Slam em simples, Alckmin recebeu uma raquete de presente, lembrou sobre as conquistas da ex-tenista e falou sobre a tradição do tênis no país que remete ao século XIX. Mas na sequência não se saiu bem. “Eu ainda estou tentando descobrir o que é ATP”, falou o governador. A sigla é da Associação dos Tenistas Profissionais, que organiza os principais torneios mundiais e regulamenta os rankings dos atletas.

"O Brasil embora seja uma república, é um país que tem rei e rainha. O rei é do futebol, o Pelé, e a rainha é do tênis, Maria Esther Bueno. Lembro quando era garoto de suas conquistas. Não tenho dúvidas que o torneio vai estimular o tênis, que está ficando cada vez mais popular", afirmou Alckmin.

O valor público investido pelo estado de São Paulo é estimado em torno de R$ 1,8 milhão, contando ainda com verba do município, que não foi divulgada, além dos patrocinadores, sendo a principal investidora a Procter & Gamble, dona da marca Gillette.

São Paulo será sede de três torneios de tênis nos próximos meses: o ATP Challenger Finals, que reúne os sete melhores tenistas do nível challenger e o convidado Thomaz Bellucci no mês de novembro, o Aberto de São Paulo, challenger que é realizado em janeiro, e o Aberto do Brasil, único torneio de nível ATP no Brasil que ocorrerá entre 11 e 19 de fevereiro de 2012.

Com o fim de sua reforma previsto para o começo de fevereiro, o complexo do Ibirapuera foi o local escolhido para realizar o Aberto do Brasil, que será o único torneio do circuito ATP em quadra coberta de saibro. As partidas serão nos ginásios Geraldo José de Almeida e Mauro Pinheiro. O Círculo Militar – que fica próximo ao Ibirapuera – será utilizado apenas para treinamentos e totalizará oito quadras disponíveis, sendo três descobertas para os tenistas eliminados treinarem para o Torneio de Buenos Aires.

EVENTOS DE TÊNIS EM SÃO PAULO

14 a 20/11ATP Challenger Finals (challenger)
2 a 8/1Aberto de São Paulo (challenger)
11 a 19/2Aberto do Brasil (ATP 250)

A Koch Tavares, que organiza o Aberto do Brasil, iniciou as negociações com os tenistas durante o Aberto dos Estados Unidos e deixou quatro tenistas do top 20 bem encaminhados para o torneio em São Paulo, apesar de a proximidade dos confrontos da Copa Davis em fevereiro atrapalhar pelo fato de não ter confrontos do Grupo Mundial próximos ao Brasil.

"O calendário jogou um pouco contra a gente, a Copa Davis não tem nenhum confronto na América do Sul e isso dificultou um pouco. Se a Argentina recebesse a França, a gente poderia aproveitar para tentar trazer o [Jo-Wilfried] Tsonga, o [Gael] Monfils ou o [Richard] Gasquet, por exemplo. Independentemente disso continuamos negociando e temos conversas avançadas com quatro top 20, dois deles são top 10", afirma Luiz Fernando Procópio Carvalho, diretor da promotora.