Saretta lamenta politicagem e fim de projeto no Palmeiras: "foi uma bagunça generalizada"
Disputa política, desorganização e descaso. Assim Flávio Saretta resume a postura do Palmeiras no fim de seu projeto de tênis no clube depois de dois anos. Segundo o ex-tenista, a administração de Arnaldo Tirone sequer avisou que o vínculo não seria renovado. Ele reclama que os dirigentes não elogiaram nem criticaram o projeto e decidiram pela não renovação sem dar qualquer satisfação a ele ou aos professores envolvidos.
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Tenista que chegou a fazer parte do top 50 do ranking mundial e conquistou os Jogos Pan-Americanos Rio-2007, Flávio Saretta abandonou o esporte devido às lesões e em 2010 voltou ao seu momento de celebridade ao se casar com a atriz Suzana Alves, que fez sucesso no papel de Tiazinha nos anos 90 pelo extinto programa televisivo “H”, da TV Bandeirantes.
Mas a vida do casal que ganhou destaque cedo e sumiu dos holofotes nos últimos anos está longe da badalação que eles poderiam ter. Saretta admite a queda no assédio e tanto ele como a Tiazinha preferem assim, apesar de o ex-tenista dizer que não sente ciúmes pelo assédio dos fãs a Suzana.
“O projeto acabou sem eu saber. Tive que ir atrás para descobrir que não seria renovado. Nem tchau eles falaram, muito menos obrigado. Não falaram que o projeto era uma droga ou que era bom, não falaram nada. Eu que comuniquei todos os funcionários que o contrato não seria ampliado”, lamentou Saretta. “E existia fila de espera no tênis, as coisas iam bem.”
O ex-tenista levou com sua empresa dois coordenadores e um preparador-físico ao Palmeiras, completando a equipe com dois professores que já eram contratados pelo clube e foram aprovados em um teste.
“O acerto com o Palmeiras era até o dia 23 de dezembro do ano passado. Dia 10 de dezembro, como ninguém tinha vindo falar comigo e eu tinha uma equipe de três pessoas sem saber o que seria do futuro, além de dois professores contratados pelo clube, fui atrás do diretor, mas ele estava viajando de férias nos Estados Unidos e só voltaria dia 27. Aí fui falar com o diretor-adjunto e ele avisou que já haviam definido em novembro que o projeto acabaria, mas ninguém nos avisou de nada. Saí bem chateado”, emendou o ex-número 44 do mundo.
Para Saretta, a política explica boa parte do que aconteceu. Sua empresa foi contratada durante a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo para prestar serviços apenas para o tênis competitivo. Os dirigentes, contudo, gostaram do projeto e decidiram ampliar a relação para todos os praticantes de tênis do clube, renovando o acordo até o fim do ano passado.
A verdade é que o Palmeiras virou vitrine da desorganização, como todo mundo fala
Em janeiro de 2011, porém, Tirone ganhou a eleição e deixou o tênis de lado, aponta Saretta, com contrato vigente na época. “Ficamos uns cinco meses sem um diretor de tênis porque o Tirone fez questão de tirar todo mundo que era da gestão anterior. É triste ver isso, porque assim o clube nunca vai andar. A verdade é que o Palmeiras virou vitrine da desorganização, como todo mundo anda falando.”
Saretta contou ainda que havia conseguido aprovar um projeto por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Com ele, disponibilizaria uma equipe multidisciplinar para treinar 50 garotos de 10 a 18 anos. Bastava ao Palmeiras ajudar na captação de recursos, já que, assim, o clube não precisaria arcar com nenhum custo. O tempo passou e, segundo ele, o clube alviverde não fez esforço algum. Resultado: a validade da aprovação do projeto expirou.
Ficamos uns cinco meses sem um diretor de tênis porque o Tirone fez questão de tirar todo mundo que era da gestão anterior. É triste ver isso, porque assim o clube nunca vai andar
“Nós conseguimos captar parte da verba, mas a diretoria do Tirone não mostrou interesse nenhum. Fiquei surpreso, porque eles não gastariam nada e teriam uma bela escola de tênis. Mas eles enrolaram e o tempo passou”, completou Saretta. “Foi tudo uma bagunça generalizada.”
O departamento de tênis do Palmeiras não quis se pronunciar sobre o caso. O UOL Esporte tentou entrar em contato com o responsável pelo setor, Hélio Tamura, mas não teve sucesso. Por meio de um funcionário, ele alegou que estava ocupado e não poderia atender à reportagem.
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