Vinda do ATP Finals para o Brasil e evolução do tênis em 10 anos viram metas de Guga
Diversos atletas arranjam maneiras de continuar nos esportes que praticavam mesmo depois de encerrarem a carreira. Não foi diferente com Gustavo Kuerten, que ainda vive de tênis. O ex-número um do mundo, porém, tem tornado o desenvolvimento do esporte no Brasil uma de suas principais bandeiras como um aposentado em ‘plena atividade’, como ele mesmo se define. Acompanhado de parceiros financeiros e tentando incentivar as entidades do esporte, Guga tem como sua principal meta agora fazer o tênis repetir o exemplo de outras modalidades e triunfar no Brasil. Para tanto, já pensa até em trazer para o país um dos principais torneios do circuito.
GUGA RELEMBRA CARREIRA E APONTA CAMINHOS PARA O TÊNIS NO BRASIL
Embora Maria Esther Bueno e Thomaz Koch tenham sido os primeiros brasileiros de destaque do tênis mundial, foi com Gustavo Kuerten que o país entrou definitivamente no mapa do esporte. Hoje, ele tenta aproveitar seu carisma e a influência de ex-líder do ranking para empurrar de vez a modalidade.
“Alguns passos já estão sendo dados, como esse de cultuar os tenistas e o que o Brasil representa para o tênis. O que falta evoluir é o conhecimento sobre o tênis, entender mesmo, saber das técnicas, das metodologias atuais. É um processo lento, mas temos o exemplo do vôlei, que é bem sucedido”, ressalta o catarinense. “Todas as esferas têm que evoluir, porque tudo ainda é muito prematuro. É um desafio que mexe comigo, e espero ter resposta nos próximos 10 anos”.
Para Guga, o Brasil não pode mais depender de entidades esportivas e de exemplos individuais, como foram ele e outros nomes como Fernando Meligeni e até Thomaz Bellucci.
“A gente ainda é refém de pessoas. Poucas são as modalidades em que a estrutura é suficiente pra desenvolver o atleta naturalmente. O vôlei, o futebol, talvez o basquete. O tênis vem se aprimorando. O projeto, para concluir, é de 10, 15 anos, mas nunca foi começado algo com um planejamento, uma ideia mais objetiva para conseguir concretizar”, avalia ele. “Atualmente, o esporte é muito dependente das confederações. Mas a estrutura é o definitivo. Se ela for melhor, os atletas serão melhores”.
Para contribuir para a evolução do tênis, Guga apoia e organiza eventos esportivos, como a Semana Guga Kuerten, participa de jogos de exibição e colabora no desenvolvimento de atletas com a ajuda de seu ex-técnico, Larri Passos. Mas ele ainda quer fazer mais e agora irá tentar diretamente trazer para o Brasil o ATP Finals, antiga Masters Cup, torneio que reúne no fim do ano os atletas com os melhores resultados da temporada.
Todas as esferas têm que evoluir, porque tudo ainda é muito prematuro. É um desafio que mexe comigo, e espero ter resposta nos próximos 10 anos
Gustavo Kuerten, sobre o desenvolvimento do tênis no Brasil“Vou me reunir com as pessoas da ATP em Miami. Vou demonstrar iniciativa, porque dá pra perceber que nosso país tem várias frentes interessadas. Nesse processo de impulso da economia, facilita bastante”, revelou Guga em evento realizado na última quinta-feira. Embora o tenista ainda não tenha apoio da Confederação Brasileira de Tênis, ele garante contar com o interesse de parceiros e patrocinadores.
“Atualmente, é só algo pessoal. Existe o interesse do próprio Brasil, algumas cidades como São Paulo e Rio já se mobilizaram também. O momento é propício. Tudo leva a crer que existe uma boa chance de trazer para o Brasil. Vou lá saber os detalhes, as reais chances. Temos contatos com parceiros que querem trazer o evento. A gente já conversa há anos. Agora começa a chegar nos assuntos finais”.
A ideia de Guga é trazer o ATP Finals para o Brasil a partir de 2014. Em geral, cada cidade sedia este torneio por três temporadas consecutivas.
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