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Após susto, Djokovic critica saibro azul de Madri: "chamo o Chuck Norris para jogar"

Sérvio Novak Djokovic devolve bola durante jogo contra o espanhol Gimeno-Traver - EFE/Alberto Martín
Sérvio Novak Djokovic devolve bola durante jogo contra o espanhol Gimeno-Traver Imagem: EFE/Alberto Martín

Do UOL, em São Paulo

08/05/2012 15h49

O tenista número um do mundo, o sérvio Novak Djokovic criticou abertamente o rápido saibro azul madrilenho, do Masters 1000 de Madri. Ele disse que a quadra é “impossível de jogar” e que a ATP não levou em conta a opinião dos jogadores.

“O que posso dizer para ser realista sobre este tema é que meu adversário jogou muito bem, sacou bem e estava concentrado. Mas para a pista central é impossível se mover. Tentei forçar o saque e buscar seu erro. Isto para mim não é tênis. Ou saio com chuteiras de jogar futebol ou convido o Chuck Norris para jogar nesta quadra”, afirmou. Chuck Norris é um ator norte-americano, lutador de artes marciais. Famoso nos anos 1980, ele voltou a ganhar popularidade com paródias e brincadeiras na internet, retratado como um deus superpoderoso e invencível.

O sérvio Novak Djokovic começou sua campanha com um susto. O atual campeão do torneio cedeu um set diante do número  137 do mundo, mas estreou com uma vitória sobre o espanhol Daniel Gimeno-Traver por 6/2 e 2/6 e 6/3 avançou às oitavas de final.

O líder do ranking começou forçando o saque e o espanhol resistiu até que o número 1 do mundo quebrasse o serviço e fizesse 3/1. A partir daí, Djokovic  cresceu e  não deu chance para o adversário, nervoso, e ao obter uma nova quebra quando o jogo estava  5/2 e fechou o primeiro set.

No segundo set, o espanhol voltou mais calmo e dominou as ações, apesar do esforço do sérvio. Gimeno quebrou o serviço do adversário, ao abrir 2/1, e ampliou até 5/1. Djokovic ainda lutou para reverter o set, fez 5/2 e levou o último game até a vantagem, mas o espanhol confirmou o saque e empatou a partida em um set.

O número 1 do mundo voltou decidido a vencer e voltou para o set decisivo com disposição. O sérvio lutou e conseguiu quebrar o saque do espanhol ao fazer 4/2. Em seguida abriu 5/2 e a disputa seguiu dura até o 5/3. Ao confirmar seu saque, Djokovic fechou em 6/3 e ganhou o jogo.  

Número 137 do mundo, para ter o direito de enfrentar o líder do ranking, Gimeno veio do qualificatório ao derrotar o romeno Victor Hanescu por 7/6 (7-3), 4/6 e 6/3. Apesar de ter dado trabalho para o número um, ele sentiu o peso dos saques do sérvio, potencializados pelo saibro azul.

O jogador sérvio disse que a superfície madrilenha não tem similaridade nenhuma com a vermelha. “´É muito mais escorregadia, não sei se posso julgar a qualidade da terra, mas creio que o material é diferente. Na vermelha, você consegue se recuperar quando desliza. Aqui, não, você sempre escorrega”, disse. Ele afirmou também que o fato de seu rival ter vindo dos qualificatórios deu a ele mais familiaridade com a quadra.

Djokovic disse também ter encontrado dificuldade para encontrar um equilíbrio para jogar bem. “É difícil controlar a altura da bola, a superfície não facilita”, disse. “O tempo da bola é outro, o slice põe a bola muito mais baixa que no saibro vermelho”, comparou.

Ele afirmou ainda que está em Madri para ganhar o torneio e que este é o seu trabalho. “Levo as coisas muito a sério e todas as opiniões devem ser escutadas e ser consideradas. Devem saber o que os jogadores estão passando e que eles devem ser protegidos. A decisão do saibro azul é um exemplo de que não somos escutados. Espero que isto mude no futuro”, reclamou Novak Djokovic, que apontou que sua opinião é compartilhada com os demais jogadores “Não escutei nenhum jogador, homem ou mulher, que disse ter gostado do saibro azul”, completou.