Lenda das quadras, francês de 70 Grands Slams relembra jogos históricos e elogia Guga
Fabrice Santoro não foi dos atletas mais vitoriosos da história do tênis, mas é uma lenda. Com 70 Grand Slams disputados – e 70 derrotas, como brinca –, é o único jogador que atravessou quatro décadas no esporte e enfrentou de igual para igual lendas de diferentes gerações, de Jimmy Connors a Roger Federer.
ESTILO ÚNICO E JOGADAS INUSITADAS MARCARAM CARREIRA DE FRANCÊS
Fabrice Santoro foi um inovador na história do tênis. Seu estilo de jogo único adota o uso constante das duas mãos na raquete. De acordo com ele, uma mania que começou ainda quando estava aprendendo a jogar tênis.
“Quando eu comecei a jogar a raquete era muito grande e eu era muito pequeno. Aí tinha que segurar com as duas mãos”, contou o francês.
A inovação deu certo e Santoro não parou por aí. Não foram poucas as vezes que o ex-tenista, em momentos de apuros, deu raquetas por baixo de suas pernas e pegou seus rivais desprevenidos.
Em São Paulo para a disputa do Grand Champions Brasil, torneio que reúne ex-tenistas consagrados, o francês de 39 anos, que tem John McEnroe como inspiração e recebeu o apelido de “Mago” de ninguém menos que Pete Sampras, relembrou confrontos históricos de sua carreira e fez um elogio especial a Gustavo Kuerten.
“Tive sorte de jogar contra caras como Jimmy Connors, Pete Sampras e agora Novak Djokovic e Rafael Nadal. Sempre foi uma meta tentar me manter competitivo e sou muito orgulhoso disso porque tive a chance de fazer isso por muitos anos”, afirmou Santoro ao UOL Esporte.
“Jogar tênis por 21 anos é muita coisa e eu amo isso. Joguei nos anos 80, 90, 2000 e 2010, mas pretendo ainda atuar em 2020 e 2030 porque eu gosto”, completou o francês, que derrotou 18 ex-líderes do ranking mundial ao longo de sua carreira, Guga entre eles, mas não chegou ao topo da lista da ATP.
Sobre o brasileiro, o ex-atleta demonstra respeito principalmente pela história escrita em Roland Garros. Na visão dele, Kuerten é o único jogador no mundo que compete em popularidade com os franceses no tradicional Grand Slam.
“Guga é mais do que um jogador de tênis. É uma grande pessoa, um bom coração. E é o único cara que jogou contra um francês em Roland Garros e a plateia estava dividida. O único na história”, falou Santoro.
Bem humorado, o ex-tenista brinca na maioria de suas respostas. Quando indagado para comentar seu recorde de 70 Grand Slams disputados, ele é direto: “me lembro disso porque perdi 70 vezes.”
Figura carismática, Santoro provocou risadas de Roger Federer durante partida do Aberto da Austrália de 2008. Pressionado, correu para todos os lados para defender três cortadas do suíço e ganhou o ponto graças a um erro do adversário.
E quando o assunto vira seu estilo de jogo técnico, substituído pela força física dos atletas atuais, Santoro brincou que até pensa em voltar a jogar profissionalmente: “meu estilo de jogo é para velhos. Acho que vou começar nova carreira daqui a dez anos.”
Com mais seriedade, o francês revelou que é muito difícil para um jogador parecido com ele ter sucesso no circuito mundial nos dias de hoje: “antes os atletas mais altos tinham dificuldade para se movimentar. Agora parece NBA: caras grandes com agilidade.”
O Grand Champions Brasil está sendo realizado desde quinta-feira e vai até o próximo domingo. Além de Santoro, estarão em quadra o australiano Mark Philippoussis, o espanhol Seri Brugera, o sueco Thomas Enqvist e o argentino Mariano Puerta, além do brasileiro Flávio Saretta.
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