Russos apostam em pressão sobre Bellucci, mas capitão avisa: "batata vai assar para eles"

Jogando fora de casa e na condição de “azarão”, o time russo que vai enfrentar o Brasil na repescagem da Copa Davis apela à estratégia para tentar desestabilizar os brasileiros antes mesmo do começo da disputa. No sorteio dos duelos nesta quinta, o número 1 da Rússia ficou fora dos confrontos de simples, e o tenista escalado em seu lugar disse acreditar que a pressão e a falta de ritmo podem atrapalhar Thomaz Bellucci em seu primeiro jogo na sexta-feira.

“Acho que, contra o Bellucci tenho mais chances de vencer porque o jogo é no primeiro dia, vai ser a primeira partida dele no confronto, com a pressão da estreia e sem aquecer”, avaliou Teymuraz Gabashvili, número 163 do mundo, que enfrentará o brasileiro no segundo jogo de simples da sexta-feira. A primeira partida será entre Rogério Dutra Silva e Igor Andreev.

Gabashvili foi escalado no lugar do número 1 da equipe russa, Alex Bogomolov Jr., que no sorteio teve o nome relacionado apenas para o jogo de duplas. O capitão russo Shamil Tarpischev disse que a mudança foi motivada pelo clima quente em São José do Rio Preto, já que seu substituto estaria mais preparado para suportar ao calor, previsto para chegar a 40 graus. Além disso, dependendo dos resultados das primeiras partidas, Bogomolov seria poupado para possíveis duelos decisivos no domingo.

Se o clima foi citado como fator crucial pelo técnico russo para justificar o troca-troca na escalação do time, o capitão brasileiro João Zwetsch assegurou que sua equipe está preparada para enfrentar as condições de São José do Rio Preto e disse torcer para que, além do calor, a torcida também faça a diferença a favor do Brasil.

“Nesse calor, a batata vai assar para eles. Mas o pior vai ser a torcida, a quadra lotada, o público fazendo barulho. É óbvio que eles não estão acostumados a jogar com um calor tão forte, e a condição para nós está boa. Se o clima está incomodando eles, ótimo”, avisou o capitão Zwetsch.

Bellucci também rebateu o rival de sexta-feira e negou sentir pressão antes da estreia no confronto, mesmo que uma derrota possa arruinar as chances do Brasil de voltar ao Grupo Mundial da Copa Davis após nove anos.

“Conheço muito bem o Gabashvili e vai ser um jogo difícil, ele vai jogar solto, por ser franco-atirador. Ele é perigoso, tem a mão pesada e vai ficar difícil se as bolas dele entrarem. Mas eu estou tranquilo para jogar amanhã, e com certeza vou fazer um belo jogo e conseguir o nosso ponto”, declarou o número 1 do Brasil, que venceu o rival russo na estreia do Aberto da Austrália de 2010.

O capitão russo já avisou que sua estratégia poderá mudar dependendo dos resultados, e os brasileiros podem ter que enfrentar adversários diferentes dos anunciados. Mas, para João Zwetsch, o time brasileiro não será pego de surpresa: “A gente sabia que eles tinham algumas opções possíveis que eles poderiam usar, então não surpreende porque Copa Davis é assim, tem a condição de mudar as combinações, e temos que nos preparar um pouquinho para cada um”.

O confronto entre Brasil e Rússia começa às 15 horas de sexta-feira, na quadra de saibro do Harmonia Tênis Clube, em São José do Rio Preto. O Brasil tentará a revanche contra a Rússia, que no ano passado venceu por 3 a 2 em casa e adiou a volta da equipe brasileira ao Grupo Mundial, algo que não acontece desde 2003.