Brasil encara "cortina de ferro" da Rússia para tentar voltar à elite da Davis
“Cortina de Ferro” foi o termo usado pelo ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill para definir a tática de isolamento das repúblicas socialistas do resto da Europa após a Segunda Guerra Mundial. A Rússia já se democratizou, e até levou para a Copa Davis um tenista que era norte-americano até o ano passado. Mas continua usando a antiga estratégia de “esconder o jogo” para tentar superar o favoritismo do Brasil, que joga completo e não vê a hora de comemorar a volta à elite do tênis após nove anos.
A última vez que o Brasil esteve no Grupo Mundial foi em 2003, quando perdeu para a Suécia, mesmo com Gustavo Kuerten. Desde então, foram sete tentativas frustradas de voltar – duas em casa. A torcida de Rio Preto cantou “Elas Estão Descontroladas” para a Colômbia na fase anterior, sabe que a Rússia está desfalcada e não espera nada diferente de uma vitória na repescagem que decidirá a vaga. Mas, como bons jogadores de xadrez, os russos começaram a jogar antes mesmo do primeiro saque do jogo entre Rogério Dutra Silva e Igor Andreev, que abrirá o confronto às 15 horas desta sexta-feira.
E a principal peça do tabuleiro russo é Alex Bogomolov Jr., de 29 anos, nascido em Moscou e residente em Miami. Ele defendeu a bandeira dos Estados Unidos por toda a sua carreira até o ano passado, e a chance de defender seu país natal na Copa Davis o motivou a trocar de nacionalidade. Número 90 do mundo, ele tem o melhor ranking entre os tenistas da equipe russa, já que Nikolay Davydenko e Mikhail Youzhny foram cortados "por falta de condições físicas". Sua posição na tabela de jogos tem sido tratada pelo capitão Shamil Tarpischev como segredo de estado.
Apesar de ser o número 1 da equipe, Bogomolov foi escalado apenas para o jogo de duplas no sorteio oficial – o capitão russo disse que ele suporta menos o calor, apesar de morar na Flórida. Segundo o que foi anunciado, seu parceiro será o número 465 do mundo Stanislav Vovk, de 21 anos. Os duplistas brasileiros sabem que é bem provável que Vovk dê lugar a Igor Andreev ou a Teymuraz Gabashvili, 163º do ranking, que enfrentará Thomaz Bellucci no segundo jogo de sexta-feira. Afinal, o sorteio define apenas os jogadores do primeiro dia, e a partir de então os capitães podem promover alterações.
“Acho que vai jogar o Bogomolov ou o Andreev, a não ser que aconteça algo de muito extraordinário”, comentou o brasileiro Bruno Soares, campeão de duplas mistas do Aberto dos EUA. “Eles ainda devem mudar a dupla, mas o importante é a gente manter o foco para conseguir o ponto”, confirmou seu parceiro Marcelo Melo.
Além da mudança planejada nas duplas, é possível que o capitão russo escale Bogomolov para tentar uma última cartada contra Bellucci no quarto jogo, caso estejam perdendo por 2 a 1, contando com vitórias de Bellucci e das duplas brasileiras nos dois primeiros dias. “Dependendo dos primeiros resultados, poderemos mudar nossas apostas”, confirmou o comandante Shamil Tarpischev na entrevista coletiva após o sorteio oficial.
Quanto ao time brasileiro, não existe nenhuma “Cortina de Ferro”. O capitão João Zwetsch só vai alterar a formação inicial em caso de algum imprevisto. É Bellucci e Rogerinho nos jogos de simples, com a já conceituada dupla de Melo e Soares. Já que o time russo não conta com seus ídolos Nikolay Davydenko e Mikhail Youzhny, o Brasil vai entrar como favorito – até por jogar em casa, no saibro e com calor de quase 40 graus. A arma da Rússia é tentar ao menos não ser previsível.
BRASIL X RÚSSIA
SEXTA-FEIRA (14/09) - 15h Thomaz Bellucci x Teymuraz Gabashvili Rogério Silva x Teymuraz Gabashvili |
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