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Após surgir como maior esperança francesa, Gasquet vira suplente nas Finais da ATP

Richard Gasquet, número 10 do mundo, foi como reserva às Finais da ATP - REUTERS/Arnd Wiegmann
Richard Gasquet, número 10 do mundo, foi como reserva às Finais da ATP Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann

Fernando Duarte

Do UOL, em Londres

07/11/2012 10h00

No verão europeu de 2002, a mídia francesa tinha motivos de sobra para acreditar que Richard Gasquet poderia enfim quebrar uma maldição do país, então há 19 anos sem um título de torneios do Grand Slam, ao mesmo que buscar o inédito topo do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais  Com apenas 15 anos de idade, ele dava mostras de um talento precoce que na edição de Roland Garros daquele ano por pouco não fora suficiente para derrubar o eventual campeão, o espanhol Albert Costa. Dez temporadas depois, no entanto, é da arquibancada que Gasquet participará das Finais da ATP, o torneio de encerramento do calendário que é também um embate entre a elite.

Décimo do mundo, Gasquet nem mesmo teria sido convidado para vir a Londres se não fosse a lesão que tirou Rafael Nadal do torneio e promoveu para a chave principal o nono da lista, o sérvio Janko Tipsarevic. Herdou a vaga de suplente e o cheque de US$ 75 mil como cachê para estar à disposição do torneio caso algum dos oito ''titulares'' se lesione nas duas primeiras partidas da fase de grupos.

Nos últimos cinco anos, Gasquet oscilou feito um ioiô no ranking e pouco fez para aumentar um total de apenas sete títulos. Foram apenas três entre 2007 e 2012. A França continua com o troféu de Yannick Noah em 1983 como o último de um torneio mais nobre e Gasquet tem apenas uma semifinal de Wimbledon em 2007 como um resultado melhor que as oitavas-de-final de um Grand Slam.

O pior, no entanto, é a sombra pairando sobre sua honestidade: em 2009, ele foi suspenso depois de um exame antidoping detectar a presença de cocaína em seu organismo. A pena foi suspensa pelo TAS (Tribunal de Arbitragem do Esporte) depois de o francês alegar ter beijado uma mulher que consumira a substância numa boate em Miami (EUA).

Apesar do apoio público de colegas como Rafael Nadal, Gasquet ficou marcado pela polêmica. Mesmo antes do escândalo, porém, seu desempenho era pífio diante das expectativas depositadas em seus ombros desde 1995, quando foi capa de revistas especializadas, apesar de ter apenas nove anos de idade. Em seu currículo estão apenas troféus de torneios medianos, como Mumbai, Nottingham e Bangkok.

Pode ao menos se gabar de ter derrotado Roger Federer no Masters 1000 de Roma, em 2011, e de terminar a atual temporada entre os top 10. Isolado da mídia em Londres, já que não precisa conceder as entrevistas coletivas obrigatórias, limita-se a servir como eventual parceiro de treinos para os jogadores em ação.

Aos 26 anos, não tem o tempo a seu favor para tentar reinventar-se. Mas numa recente entrevista disse estar se sentindo motivado como nunca na carreira. Resta saber se será suficiente para que chegue perto do patamar um dia por ele e para ele imaginado.