Bellucci admite falta de carisma e diz ver torcida contra em São Paulo com normalidade

Não é comum uma entrevista coletiva de um tenista vencedor ser tão carregada de autocrítica quanto a sessão com Thomaz Bellucci na última terça-feira em São Paulo. Apesar da vitória por 2 sets a 1 sobre o compatriota Guilherme Clezar na estreia no Aberto do Brasil, o número 1 do país se mostrou frustrado com seu jogo e ainda comentou a novidade de ver torcida contra mesmo dentro de casa.

Bellucci teve dificuldade para passar pelo 234º do mundo em três sets, ganhando dois tie-breaks (7-6, 5-7 e 7-6). Durante a partida no ginásio do Ibirapuera, o novato gaúcho de 20 anos acirrou a disputa contra o favorito paulista e ganhou boa parte da torcida.  

Ao fim da partida, Bellucci evitou polemizar a respeito da torcida contra, mas fez uma avaliação crítica de seu carisma junto aos fãs brasileiros.

"As pessoas torcem para quem quiserem, o importante é ganhar o jogo. É mais gostoso quando a torcida é minha, mas eu não critico por terem torcido para o Clezar. Ele também é brasileiro, a zebra, o azarão. A torcida gosta de torcer para o cara mais novo. Também sei que não sou o cara mais carismático de todos", declarou o vitorioso da noite.

O número 35 do mundo ainda admitiu ter permitido que pressão de ser o principal jogador do país o atrapalhasse na estreia do Aberto do Brasil. Bellucci cometeu nada menos do que 13 duplas faltas na partida.  

"O nervosismo não me deixou jogar, estava muito melhor nos Estados Unidos [na Copa Davis, há duas semanas]. É um torneio especial e acho que acabei valorizando demais a partida, ficou pesada. Tenho que entrar em quadra e só jogar", comentou.

"Esperava mais facilidade, estava muito nervoso. O Clezar me surpreendeu positivamente. A responsabilidade do jogo era toda minha. Errei bolas que não costumo errar. Meu nível caiu", acrescentou.

Nas oitavas de final Bellucci terá pela frente Filippo Volandri, que também na terça-feira passou pelo espanhol Daniel Gimeno-Traver, por 2 sets a 1. O confronto significa uma possibilidade de revanche para o brasileiro, que foi eliminado pelo adversário italiano na semifinal da edição de 2012.