Com salva de trovões e vaias, Bellucci abusa dos erros e é eliminado por carrasco italiano

Em partidas de tênis, a plateia costuma ser silenciosa durante os pontos, para evitar desconcentrar os jogadores. Quando o barulho vem da natureza, no entanto, não há o que fazer. Foi assim no jogo de Thomaz Bellucci contra o italiano Filippo Volandri nesta quinta-feira, pelo Aberto do Brasil. Dezenas de trovões ecoaram de forma ensurdecedora no ginásio do Ibirapuera. Coincidência ou não, o brasileiro abusou dos erros na derrota por 2 sets a 0 e parciais de 6-3 e 6-2, sendo vaiado na saída da quadra.

Bellucci já havia sido eliminado por Volandri no Aberto do Brasil do ano passado, nas semifinais. Com a chance da revanche, o brasileiro demonstrou ansiedade e buscou bolas vencedoras em todas as jogadas. Como consequência, acabou errando demais e facilitou a vida do italiano número 88 do mundo, que pegará nas quartas de final o argentino Martin Alund.

O brasileiro foi agressivo desde o começo, e empolgou o público com um break-point logo no segundo game. Mas a euforia durou pouco. Volandri salvou e confirmou o serviço, quando um temporal típico do verão paulistano se fez ouvir, com muita água fazendo barulho no telhado metálico do ginásio, além dos trovões que insistentes que causavam estouros durante os pontos.

Mais de um desses trovões caíram bem nos momentos em que o brasileiro sacava ou subia à rede. Mas esse não foi o problema de Bellucci no primeiro set. Quando o paulista tentava variar suas jogadas com bolas mais altas entre os ataques, geralmente saía vencedor. Mas, na maioria das vezes, ele buscou definir os pontos muito cedo, e pagou por isso.

Como resultado, Bellucci até conseguiu uma quebra que levantou a torcida, mas sofreu outras três, e viu o italiano fechar a primeira parcial em 37 minutos. No segundo set, sua postura não mudou, e ele voltou a ter problemas para confirmar o seu serviço.

A torcida tomou o lugar dos trovões e explodiu quando o brasileiro devolveu uma das quebras no segundo set. Mas o italiano se aproveitou dessa euforia e, com seu estilo mais cadenciado, não perdeu o controle do jogo. Voltou a quebrar duas vezes seguidas e venceu a partida com tranquilidade, depois de apenas 1h10 de disputa.

Esta é a pior participação de Bellucci no Aberto do Brasil desde sua estreia no torneio, em 2008, quando ele caiu na primeira rodada. Desde então, o paulista número 35 do mundo sempre chegava ao menos às quartas de final. Ao fim da partida, a torcida calou os trovões com uma sonora vaia no ginásio do Ibirapuera.