Topo

Mais velho a derrotar um nº 1, Haas usa o frio para vencer Djokovic

Tommy Haas cumprimenta Novak Djokovic após vitória nas oitavas do Masters 1000 de Miami - Rhona Wise/EFE
Tommy Haas cumprimenta Novak Djokovic após vitória nas oitavas do Masters 1000 de Miami Imagem: Rhona Wise/EFE

Do UOL, em São Paulo

27/03/2013 13h11

Quando Tommy Haas entrou em quadra na noite de terça-feira para enfrentar Novak Djokovic, o árbitro de cadeira Mohamed Jahyani usava luvas e jaqueta para se proteger do frio de 10 graus em Miami. Na arquibancada, sua mulher, a atriz Sara Foster, tentava proteger a filha Valentina do vento. Foi essa condição climática causada pela frente fria na Flórida que ajudou o alemão a surpreender o número 1 do mundo.

Aproveitando a bola mais lenta devido ao frio e o vento, Haas variou a força dos golpes usando seu slice para quebrar o equilíbrio de Djokovic, que não conseguiu achar o ponto exato para a velocidade das jogadas e acabou cometendo 30 erros não forçados. “Esta foi a pior partida que eu joguei em muito tempo”, comentou o sérvio. “Não estava me sentindo bem dentro da quadra, não sei exatamente por quê”.

Haas sabia, e aproveitou todas as chances dadas por Djokovic para fechar a partida em apenas 1h20, com parciais de 6-2 e 6-4. “Tive um bom plano de jogo. As condições me favoreceram um pouco com a tática que usei contra ele. Estava difícil por causa do vento”, explicou o alemão número 18 do mundo, que avançou pela primeira vez às quartas de final em Miami.

Mais do que isso, Haas se tornou o tenista mais velho a derrotar um número 1 do mundo na história do ranking da ATP, que começou em 1973. A uma semana de completar 35 anos, o alemão possui a idade mais avançada entre os atletas do top 50.

Acontece que o ranking da ATP não tem sido parâmetro para definir o talento de Haas. Afinal, não é a primeira vez que ele derrota um favorito contra todas as apostas. No ano passado, ele já havia surpreendido ao superar Roger Federer em uma quadra de grama, e na final do torneio de Halle.

Na época, Federer era o número 3 do mundo, e Haas ocupava a modesta 87ª posição do ranking. O alemão, que chegou a ser vice-líder da lista em 2002, caiu para o posto 373 após passar por uma cirurgia no cotovelo no início de 2011. 

O QUE DISSERAM HAAS E DJOKOVIC

  • Houve um tempo em que não acreditava que poderia fazer uma coisa destas. Em algum momento do ano passado, acho que em abril ou maio, meu corpo se ajustou bem e pude treinar mais. Se você não treina direito não consegue ir muito longe neste esporte

    Tommy Haas

  • Cometi muitos erros não forçados de forehand. Acreditava que poderia voltar para o jogo. Lutei e tentei até a última bola, mas há dias em que você nãos e sente confortável em quadra e nada vai da maneira como você espera

    Novak Djokovic

De volta ao top 20, Haas fez uma visita ao Brasil no fim do ano passado durante a turnê de Roger Federer, e mostrou ao público paulistano seu repertório de golpes durante a derrota para o suíço no Ibirapuera. Em Miami, ele jogou para valer e quebrou uma série de 14 vitórias seguidas de Djokovic no torneio, impedindo o sérvio de buscar o tricampeonato.

Foi apenas a segunda vitória de Haas em 14 jogos contra líderes do ranking. A última foi em 1999, diante de Andre Agassi. Contra Djokovic, foi sua segunda vitória em seis jogos; antes, ele só havia vencido o sérvio no torneio de Wimbledon de 2009. “Entrei em quadra acreditando que poderia conseguir. Estou muito feliz e orgulhoso do que fiz contra um grande jogador como ele, que vem dominando o esporte. É por momentos como este que eu ainda jogo, pelo prazer de enfrentar um número 1 em um estádio cheio”, comemorou o alemão.