Perfeita nos voleios, Bartoli atropela belga e volta a uma final de Wimbledon após 6 anos
Marion Bartoli só havia chegado, até esta quinta-feira, a uma final de Grand Slam na carreira, em 2007. Só que, nesta manhã, o jejum acabou: a francesa atropelou a belga Kirsten Flipkens e está, pela segunda vez, na decisão de Wimbledon. Bartoli venceu a rival por 6-1 e 6-2 e aguarda a partida entre Agnieszka Radwanska e Sabine Lisicki para saber quem encarará na decisão.
O principal fator foi seu jogo na rede: 100% de aproveitamento nas subidas ao meio da quadra. A vitória tranquila só fortaleceu a campanha de Bartoli até agora na grama londrina: ela alcança a decisão sem perder um set sequer na competição. Já Flipkens pode comemorar, ao menos o fato de que chegou a sua melhor campanha na principal série de torneios do tênis após lutar contra coágulos de sangue no tornozelo esquerdo, que a afastou das quadras por um longo período.
Curiosidade: os duelos França x Bélgica e Polônia x Alemanha nas semifinais de Wimbledon também são os primeiros do torneio londrino nesta fase sem uma tenista russa ou americana, o que comprova o quanto as zebras rondaram Londres neste ano. As favoritas Serena Williams - atual campeã - e Maria Sharapova caíram cedo no torneio, enquanto Victoria Azarenka, outra top 3 do mundo, se contundiu e abandonou com lesão no joelho.
A partida foi inteiramente dominada por Bartoli. Sentindo falta de ataque da rival, que abusava de bolas lentas de slices com a esquerda, desde o começo ela colocou a belga para correr pela quadra.
Após confirmar seu primeiro game com facilidade, ela aproveitou a primeira chance de break-point e abriu dois a zero no game seguinte. Após ambas confirmarem seus saques até o quinto game, no sexto Bartoli voltou a abusar das pernas da belga. Flipkens, então, arriscou uma largadinha quando tinha um break-point contra.
Péssima escolha: Bartoli alcançou fácil a bola na rede, jogou no contra-pé de Flipkens, que ainda conseguiu jogar a bola de volta, apenas para tomar o voleio na rede e ver o set, em rápidos 27 minutos, ir para as mãos da rival.
As estatísticas mostram o quanto Bartoli arriscou mais que Flipkens, que fez jogo extremamente burocrático: foram 8 bolas vencedoras contra apenas 3, e até os erros não-forçados foram mais cometidos por Bartoli - 6 x 4. Só a francesa cometeu duplas-faltas, já que arriscava desde seus saques: 3 x 0.
O set seguinte continuou na mesma toada: Bartoli dominou o jogo a ponto de quebrar os dois primeiros saques da rival. Com 3 a 0 contra, a belga pediu atendimento médico. Após os 10 minutos de paralisação, voltou aparentemente melhor, já quebrando um game de volta. Apenas impressão.
No game seguinte Bartoli voltou a controlar o jogo e quebrou de volta, para anotar 4 a 1. Perfeita na rede, novamente usou seus voleios para abrir 5 a 1. Perdeu o seguinte para ter o saque nas mãos rumo a vitória. Abriu o game decisivo, é claro, com um voleio, e com nova subida à rede, fechou o jogo, em pouco mais de uma hora de jogo.
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