Guga ganha homenagem entre lendas e lembra dia que "se fantasiou" de Agassi

Aposentado oficialmente desde 2008, Gustavo Kuerten segue desfrutando dos feitos de uma carreira vitoriosa no circuito de tênis, apesar da lesão no quadril que limitou seu potencial. O brasileiro acaba de ingressar em um seleto grupo de 16 tenistas, que serão homenageados pela ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) na comemoração dos 40 anos de existência de seu ranking.

Guga estará ao lado de nomes como Pete Sampras, Roger Federer, Rafael Nadal e John McEnroe no evento que celebrará os 16 tenistas que conseguiram fechar uma temporada no topo do ranking. A cerimônia que reunirá os 16 ídolos homenageados pela ATP acontece no dia 23 de agosto em Nova York.

"Eu saí de Floripa para chegar nesse nível. Um absurdo", declarou Guga nesta terça-feira, em evento em São Paulo para anunciar a participação do brasileiro na festa global.

"O pessoal falava que nunca tinham visto um número 1 tão feliz como eu era, Eu procurei saborear ao máximo aquele momento, curtir esse privilégio. E foi bom, até pela minha lesão, pelas coisas que deixaram de acontecer por causa dela", acrescenta o brasileiro, sobre o período entre 2000 e 2001.

FANTASIADO DE AGASSI E JOGO PERFEITO EM 2000

Gustavo Kuerten liderou o ranking da ATP por 43 semanas e terminou a temporada de 2000 como o número 1 do mundo. Para alcançar a façanha, o catarinense precisou vencer dois de seus ídolos no Masters de Lisboa, último torneio do calendário, com os melhores do ano. Guga bateu Sampras e Andre Agassi para garantir o topo, à frente do russo Marat Safin.

Apesar das três conquistas em Roland Garros, o brasileiro diz que seu melhor jogo no circuito foi aquela final com Agassi em Lisboa, na partida que lhe rendeu o status de nº 1. Justamente diante de um ídolo que costumava inspirar seus sonhos de adolescente aspirante a jogador.

"Foi o momento mais grandioso da minha carreira. Ganhei do Sampras e do Agassi em dois dias seguidos. O Agassi era um ídolo. Quando fui para os Estados Unidos pela primeira vez, com 13 anos, cheguei e fui direto na loja comprar uma camiseta rosa e preta e um shorts igual ao dele, um shorts de jeans. Para ficar igual a ele", relata.

Na final do Masters de Lisboa em 2000, Guga venceu por 3 sets a 0, com triplo 6-4. O brasileiro diz recordar de um Agassi aturdido em quadra diante do jogo complicado desde o início.

"O Agassi estava até meio perdido, foi sentar do lado da quadra quando não era game ímpar. Foi a melhor atuação da minha carreira", conta.

SONHO DE JOGO COM RAFAEL NADAL E BJORN BORG

Da turma homenageada pela ATP, Gustavo Kuerten esteve em quadra como adversário de Sampras, Agassi, Andy Roddick, Lleyton Hewitt e Roger Federer. No entanto, revela que intimamente constrói duelos mentais com nomes parecidos com o seu perfil, como os “monstros” do saibro Rafael Nadal e Bjorn Borg.

Assim como Guga, ambos estão entre os grandes vencedores da história de Roland Garros. Nadal tem atualmente oito taças do Aberto francês, contra seis do ex-jogador sueco.

"Acho que o Nadal, pela proximidade do nosso jogo, pela nossa história em Roland Garros. Mas gostaria de enfrentar o Borg também, que é o jogo que eu gosto, de fundo de quadra. Nada de saque e voleio", afirma Guga, que na infância tinha pôsteres de Borg e de McEnroe na parade do quarto.