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Federer se foca em vitória recente para bater Del Potro e enterrar ano ruim

Fernando Duarte

Do UOL, em Londres (ING)

08/11/2013 06h00

Em 11 participações nas Finais da ATP, Roger Federer acumulou o recorde de seis títulos e apenas em 2008 não conseguiu sair da fase de grupos. Fosse em outra temporada, a possibilidade de ir embora mais cedo para casa pela segunda vez não seria um problema agora. Porém, depois de um 2013 que levaria à reflexão até jogadores sem um currículo tão vitorioso quanto o do suíço, a partida de sábado contra o argentino Juan Martin del Potro na 02 Arena, em Londres, ganhou o valor de uma final para Federer.

O ex-número 1 do mundo e atual sétimo do ranking mundial precisa vencer a partida de qualquer maneira para avançar no torneio e para minimizar as dúvidas que vêm rondando sua cabeça em 2013. Às voltas com a idade já avançada para um tenista (32 anos) e com problemas nas costas, além da competência dos adversários, Federer foi tão coadjuvante em 2013 que ele mesmo pareceu ter se surpreendido. Além de conquistar apenas um título, em Halle (Alemanha), foi derrotado por desconhecidos e venceu apenas três de 12 partidas contra jogadores Top 10.

Mas Federer, nesta quinta-feira, também deu a entender que as frustrações em 2013 não se resumiram à quadra. Suas duas filhas, Charlene e Myla, chegaram aos quatro anos e estão em idade para iniciar os estudos, um problema para um pai que quer ser presente, mas que pratica um ofício em que ficar longe de casa é uma constante.

“As pessoas pensam que estamos felizes o tempo todo, que não temos problemas. Quando as coisas vão bem na sua vida, você definitivamente joga melhor”, afirmou Federer após a vitória em dois sets contra o francês Richard Gasquet.

Se não vai ser determinante para uma decisão sobre que curso tomar em 2014, o desempenho de Federer em Londres terá peso em seus planos para a o período intertemporada. Ao contrário do ano passado, em que embarcou numa turnê promocional depois das Finais da ATP, passando inclusive pelo Brasil, o suíço pretende recuperar ânimo e energias para um ataque mais consistente e convincente aos concorrentes em 2014. Mesmo que isso signifique deixar de engordar a conta bancária com cachês.

“Não foi por dinheiro que fiz as exibições na América do Sul no ano passado, mas sim pelo desejo de conhecer uma parte de mundo para a qual nunca tinha viajado propriamente. Foi uma experiência incrível, especial com o carinho da torcida. Já ganhei bastante dinheiro com o tênis. O que preciso agora, porém, é levar as coisas com mais calma’’, completou.

Felizmente para as pretensões de Federer em Londres, um dessas raras vitórias em 2103 foi justamente contra Del Potro, semana passada, no Masters de Paris – ainda que em três sets e seguida de uma derrota para Novak Djokovic nas semifinais. O argentino, no entanto, é uma pedra no sapato do suíço. Embora tenha perdido 14 de 19 jogos para Federer, um dos poucos que ganhou foi a final do Aberto dos EUA de 2009. Em 2013, ele superou Federer na final do Torneio de Basel, a cidade natal do ex-número um do mundo.

Nas Finais da ATP de 2012, riu por último diante do suíço na fase de grupos. Mesmo quando perdeu para Federer, Del Potro o atrapalhou de alguma maneira, como nas Olimpíadas de Londres, quando só se rendeu a Federer com um 19/17 no último set de uma semifinal que fez do suíço uma presa exausta e fácil para Andy Murray na decisão do ouro.

“Foi importante psicologicamente para mim ter derrotado Juan Martin em Paris, porque ele vinha obtendo bons resultados contra mim. Depois de um ano de altos e baixos como 2013, preciso ganhar confiança enfrentando e superando os melhores jogadores, e Juan Martin é um deles”, finalizou Federer.