Após reclamações, Bruno Soares vence estreia contra compatriota no Rio Open

Bruno Soares é o número 3 do mundo no ranking de duplas da ATP e, ao lado do parceiro Alexander Peya, cabeça de chave número 1 do Rio Open. Mas nem isso fez com ele fosse colocado na quadra central do principal torneio de tênis jogado no Brasil na estreia. Ele reclamou bastante, e provou em quadra que merece um palco melhor: Soares e Peya passaram por André Sá e Juan Monaco, em três sets, por 6-2, 3-6 e 10-3.

Tanto Soares como o compatriota Sá, que entrou no torneio por convite, deixaram claro no último domingo a insatisfação por terem que duelar na quadra secundária do evento, enquanto a central recebia jogos como Guillermo Garcia contra Martin Klizan, de baixo apelo no Brasil.

“Realmente não entendo essa programação. Além de jogar na quadra 1, é na mesma hora de outros brasileiros. Mais uma vez não valorizado em casa”, escreveu Soares no Twitter.

E a principal esperança de título do Brasil em casa mostrou que a quadra central deve ser seu destino a partir das quartas de final: a quadra 1 esteve lotada para a partida, com todos os 1.200 lugares ocupados - e com pessoas sentadas até em degraus das escadarias das arquibancadas.

No primeiro set, Soares e Peya mostraram porque são a dupla número 2 do mundo e todo seu entrosamento. Com ambos fechando muito bem a rede, não cederam uma chance de quebra sequer a Sá e Monaco, enquanto aproveitaram duas das seis chances que tiveram.

A primeira, no quinto game. A segunda, num dos golpes mais bonitos entre os possíveis nas duplas - que são muito diferentes dos vistos nas simples. Soares se posicionou no fundo da quadra, enquanto Peya e a dupla rival estavam na rede. Ao ter a chance do golpe, aproveitou a largura da quadra de duplas, maior que a de simples, e aplicou um belíssimo lobby longo. No game seguinte, fecharam o set.

Na segunda parcial, Sá e Monaco chegaram a quebrar Sores e Peya, no quarto game, com uma sequência de bolas de efeito de Sá, mostrando sua experiência aos 36 anos. Dois games depois, nova quebra em novo golpe espetacular de Sá, com um lobby. Apesar da péssima atuação de Monaco, Sá conseguiu salvar a dupla, que empatou o jogo.

Porém, no match tie-break (as duplas decidem o jogo em um set de 10 pontos), Soares e Peya voltaram a atuar como a dupla dois do mundo. Abriram 3 a 0 logo de cara, até que uma forte chuva interrompeu o jogo por mais de uma hora.

Na volta, após a lona que protegeu o saibro ser retirada, o ritmo foi mantido por ambos, enquanto Juan Monaco, por exemplo, pareceu sentir a parada, chegando a dar um ponto de graça por arriscar um golpe de vista equivocado.

Assim, Soares e Peya fecharam o set em 10 a 3 e avançaram. Nas quartas de final, ainda sem data prevista, eles encaram quem vencer a partida entre Robin Haase/Christopher Kas e Jeremy Chardy/Lukas Dlouhy.