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Torcida se empolga e Rio Open tem gafes e até briga em dia de decepções

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/02/2014 06h00

A quadra central não ficou lotada em nenhum momento. Mesmo assim, o ambiente silencioso que costuma prevalecer no tênis em relação a outros esportes passou longe do Rio Open na última segunda-feira. Os torcedores que foram ao Jockey Club se empolgaram com as partidas dos brasileiros, criaram um clima de estádio de futebol e cometeram até algumas gafes. Apesar disso, apenas Thomaz Belluci avançou na chave de simples, enquanto cinco tenistas locais foram eliminados.

A vitória de Belluci contra o colombiano Santiago Giraldo por 3-6, 6-4 e 6-3 foi o momento de maior êxtase da torcida. O adversário do brasileiro foi vaiado, xingado e se irritou frequentemente com o barulho das arquibancadas. O árbitro de cadeira, que também ouviu 'cornetadas', precisou pedir silêncio e respeito durante vários momentos do duelo.

Até mesmo uma briga foi registrada durante a vitória de Belluci, único brasileiro a avançar na chave masculina de simples. Dois torcedores se desentenderam, trocaram ofensas e alguns empurrões, mas foram repreendidos e continuaram acompanhando o duelo. Além disso, muitas vezes o público jogava junto com o brasileiro, pedindo mais força ou mais calma em certas jogadas.

Feijão ouve brincadeiras
O apelido de João Olavo Souza, eliminado ao perder por 7-5, 2-6 e 6-2 para o argentino Facundo Bagnis, também resultou em algumas gafes durante a partida na quadra central. "Vai, arroz", "vamos, feijoada" e outras piadinhas foram proferidas por alguns torcedores durante o duelo do brasileiro. Na maior parte do tempo, porém, o público vibrou e tentou empurrar o tenista paulista.

Feijão recebeu o apelido já como tenista profissional, por ser um grande apreciador do alimento. Apesar das brincadeiras, ele optou por elogiar a presença dos torcedores e lamentou a derrota na primeira rodada.

"Só tenho a agradecer todo o apoio da galera, foi muito bacana jogar em casa. Infelizmente não consegui a vitória, mas o clima é diferente. É sempre bom jogar no seu país", disse o tenista número 123 do ranking da ATP, melhor colocado entre os brasileiros na categoria simples.

Brasileira chora
As manifestações do público na quadra central também fizeram uma tenista brasileira chorar. Mas por um bom motivo. Bia Haddad perdeu para a polonesa Katarzyna Piter por duplo 6-3. Lesionada, ela enfrentou dificuldades para seguir até o final e se emocionou quando ouviu um grito de 'guerreira'. Em 2013, a pupila de Larri Passos sofreu com uma série de problemas físicos.

Treinos de espanhóis dividem atenções
Rafael Nadal e David Ferrer realizaram treinamentos abertos no Rio Open e fizeram com que a atenção de algumas partidas da arena central fosse desviada. O número 4 do mundo atraiu alguns torcedores que acompanhavam a partida de Feijão, enquanto seu compatriota e principal estrela do torneio transformou a quadra de apoio no local mais disputado durante a manhã.