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Segundo melhor do Brasil vira ovelha negra na cúpula do tênis

Feijão não foi chamado para a Copa Davis - Junior Lago/UOL
Feijão não foi chamado para a Copa Davis Imagem: Junior Lago/UOL

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

11/09/2014 14h26

Segundo melhor brasileiro no ranking mundial de tênis, João Souza, o Feijão (103º), poderá ficar um bom tempo na geladeira e não ter mais espaço na equipe brasileira da Copa Davis. O presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda, não gostou das declarações dadas pelo jogador na semana passada após o anúncio da convocação para o duelo com a Espanha, que será realizado entre sexta-feira (12) e domingo (14) no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Feijão criticou abertamente o fato de ter sido preterido por Rogério Dutra Silva, o Rogerinho (201º), e Guilherme Clezar (189º). Feijão ainda insinuou que Clezar estaria sendo favorecido pelo fato de ser treinado no circuito por João Zwetsch, capitão brasileiro na Davis.

“Achei desmedido o tom das declarações. É algo negativo para ele e também para os outros jogadores, cria um clima ruim. O Feijão não pode ser comparado com o Gui (Clezar), que é um cara jovem (tem 21 anos, contra 26 de Feijão) . Ao meu ver, o Feijão está longe de seu melhor ranking. Está em fase inferior aos demais jogadores. Ele já fez até semifinal de ATP, mas hoje está apenas jogando torneios challengers”, disse Lacerda ao UOL Esporte.

“Quanto ao Rogerinho, nem tem como comparar ele com qualquer outro jogador. Falo com as pessoas e 99,9% delas dizem que é ele quem tem de jogar”, completou.

O mandatário da CBT aproveitou para alfinetar o treinador de Feijão, Ricardo Acioly, que era capitão do time nacional na época em que Nelson Nastás era presidente da Confederação. Lacerda sempre foi um opositor ferrenho da gestão de Nastás.

“O Acioly era o capitão na época do Nastás. Deve estar querendo plantar alguma coisa, deve ser algo dele”, completou Lacerda.

Os jogadores evitam entrar na polêmica, enquanto Zwetsch segue defendendo que escolheu os jogadores mais preparados técnica e fisicamente para disputar o duelo com os espanhóis.

“Esperamos partidas longas e sabemos que o Rogério e o Thomaz estão cada vez melhores nisso. O Rogério tem muito a questão da superação, elevou-se a um nível acima”, disse Zwetsch.

À época do desabafo, Feijão disse que ficaria na torcida pelos companheiros. O jogador, porém, não estará em São Paulo neste fim de semana. A partir de segunda-feira, ele disputará o Challenger de Quito, no Equador.

A última e única vez que Feijão foi chamado para a disputa da Copa Davis foi em 2012, em duelo com a Colômbia, em São José do Rio Preto, quando venceu uma partida e perdeu outra.

Atualmente, Feijão recebe dinheiro da CBT por meio de parcerias com os Correios. Lacerda descartou a possibilidade de haver um corte no patrocínio por conta das declarações. Ele, entretanto, ressaltou que o contrato atual da entidade com a estatal será encerrado ao fim deste ano e novos termos serão acordados para a próxima temporada.