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Técnico de tenista nº 2 do país rebate chefão da CBT: "não entende nada"

Feijão foi deixado fora da convocação da Davis - Xinhua/Rahel Patrasso
Feijão foi deixado fora da convocação da Davis Imagem: Xinhua/Rahel Patrasso

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

11/09/2014 21h00

Técnico de João Souza, o Feijão, segundo melhor tenista brasileiro no ranking mundial (103º no geral), Ricardo Acioly rebateu as declarações do presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) Jorge Lacerda Rosa, que afirmou que Feijão não merecia estar no elenco brasileiro para a disputa da Copa Davis por “estar em um momento inferior aos demais jogadores e estar disputando challengers”.

Ex-jogador e capitão brasileiro da Davis na época de Guga, Acioly questionou os conhecimentos de Lacerda sobre a modalidade.

“Este tipo de declaração demonstra muito bem que ele não entende nada de tênis. É um zero à esquerda. É para dar risada. Para mim, fica claro que a posição dele influencia nas convocações. Ele não deveria falar isso. É algo grave e inaceitável isso ter acontecido, enfraquece sua posição de presidente”, disse Acioly ao UOL Esporte.

O treinador de Feijão também demonstrou irritação por ter sido acusado por Lacerda de querer plantar fatos. O presidente da CBT, inclusive, lembrou que Acioly era capitão do Brasil na época da gestão de Nelson Nastás, seu antecessor no cargo.

“Fui capitão na gestão do Nastás, sim. O Nastás fez coisas questionáveis e pagou por isso, inclusive com processo na Justiça. Mas foi a melhor gestão que já tivemos em termos de Copa Davis. Quando eu era capitão, eu jamais deixei ele influenciar nas minhas convocações, coisa que não sei se não acontece agora. E se estou plantando algo, a única coisa que estou plantando é a moralidade e o fim de interesses pessoais”, disparou.

Acioly contou ainda que teve apenas uma conversa com o capitão João Zwetsch antes da convocação de Rogério Dutra Silva (201º do mundo) e Guilherme Clezar (189º) em detrimento de Feijão.

“Tive a conversa com o João (Zwetsch) porque eu fui pró-ativo e o procurei. Eu tomei à frente.  Mas os critérios que ele deu para não convocar o Feijão não fazem muito sentido”, completou Acioly.

Zwetsch alegou que Feijão não estaria no melhor de sua forma física para aguentar partidas longas, como as que costumam caracterizar a Davis.

Apesar da revolta com  Lacerda, Acioly afirmou que estará na torcida para que o Brasil bata a Espanha no Ginásio do Ibirapuera e garanta vaga no Grupo Mundial em 2015. O confronto será realizado entre esta sexta-feira e o domingo no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

“Desejo toda a sorte da equipe, vou torcer. Torcer contra, seria uma imbecilidade. Zero de estresse. Mas tenho a minha opinião. Não vivemos em uma ditadura”, concluiu.

Feijão não estará em São Paulo para acompanhar o confronto. Na próxima semana, ele disputará o Challenger de Quito (EQU). Seu último torneio foi o Challenger de Medelllín (COL), há uma semana, quando ficou com o vice-campeonato. Assim como Rogerinho e Clezar, ele não participou do Aberto dos Estados Unidos.