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Lesões, cabeça quente e dança de técnicos: o que está derrubando Murray?

Do UOL, em São Paulo

16/09/2014 06h00

Ele já foi número 2 do mundo, desbancou Roger Federer e fez história ganhando Wimbledon, Aberto dos EUA e Jogos Olímpicos. Hoje, contudo, Andy Murray tem seu pior ranking desde que se consolidou como top 10, não fez nenhuma final no ano e pode amargar a primeira temporada sem títulos. O que acontece com o escocês? Lesões, trocas de técnicos e sua cabeça quente ajudam a explicar a queda do tenista.

A dança dos treinadores começou em 2010, quando Miles Maclagan deu lugar a Alex Corretja. Com o espanhol, Murray conquistou títulos e disputou final de Grand Slam, mas sem faturar um dos quatro maiores torneios. Foi quando deu início à parceria mais vitoriosa de sua carreira: em dezembro de 2011, passou a ser treinado por Ivan Lendl, lenda do tênis.

Resultado: em 2012, ganhou a Olimpíada de Londres e o Aberto dos Estados Unidos (algo nunca alcançado por outro tenista na mesma temporada). No ano seguinte, faturou Wimbledon, tornando-se o primeiro escocês a conseguir tal feito desde 1896. Ele ainda conseguiu acabar com o domínio de Nadal e Federer no topo do ranking, assumindo o segundo lugar e deixando o suíço para trás.

Tudo caminhava bem, mas Lendl e Murray não são os maiores exemplos de temperamento fácil e paciência. A relação foi se tornando mais tensa. Para piorar, uma lesão nas costas atrapalhou o restante da temporada do escocês, que chegou a fazer uma cirurgia no fim de 2013.

Em quadra, Murray é conhecido por desabafos duros durante os jogos. Lendl conviveu com isso antes de a parceria acabar no início de 2014. Agora é a francesa Amelie Mauresmo quem treina o escocês e sofre com seu lado “estourado”. Neste ano, durante sua eliminação em Wimbledon, Murray chegou a gritar para que alguém calasse a boca na direção de seu camarote. Lá estavam, além de Mauresmo, a mãe e a namorada do tenista.

O fato é que nos cinco torneios que disputou desde que acertou com Mauresmo o escocês não passou das quartas de final. Ele atualmente está em 12º, seu pior ranking nos últimos seis anos. Rumores sobre discussões já atingiram Mauresmo e a mãe de Murray, Judy, sua técnica na infância.

A relação com a namorada Kim Sears também já rendeu muitas manchetes. Juntos há nove anos, eles já terminaram uma vez porque, segundo a imprensa inglesa, Murray não saía do videogame. Na derrota de Wimbledon neste ano, o escocês foi embora sozinho do complexo sem sequer trocar de roupa e deixando a namorada para trás. Prato cheio para mais especulações, já que ele havia se mostrado muito nervoso durante toda a partida.

Já as lesões aparentemente deram uma trégua para Murray. No começo da carreira profissional, ele já havia sofrido também com um problema de crescimento nos ossos e com dores no pulso. Agora, contudo, a questão parece estar na cabeça do escocês de 27 anos.