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Agassi usou tática nojenta para desconcentrar Guga. E não deu certo

Guga e Agassi ficaram amigos no circuito com o passar do tempo - Alexandre Durão/Folhapress
Guga e Agassi ficaram amigos no circuito com o passar do tempo Imagem: Alexandre Durão/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

03/12/2014 06h00

“Uma das cenas de bastidores mais inesperadas de todos os tempos”. Assim, Gustavo Kuerten classificou uma das passagens mais bizarras de sua carreira, em relato publicado na biografia lançada recentemente. Não havia outra maneira de resumir a arma de Andre Agassi para desconcentrar Guga antes do primeiro duelo entre eles: um pum seguido do outro.

A explosão mal cheirosa aconteceu em 1997, no torneio de Memphis, antes de o brasileiro conquistar seu primeiro troféu de Roland Garros. Guga havia aquecido e entrara no vestiário para se arrumar. Agassi, tranquilo, ajeitava suas coisas. Foi quando o americano caminhou na direção de Guga e Larri Passos, técnico do catarinense.

“[Agassi] chegou perto e soltou o primeiro. Depois, não parou mais. Agassi estava com dor de barriga ou algum tipo de desarranjo. O ar ficou impregnado com a consequência dos barulhos que ele não parava de fazer, um pum emendando no outro”, conta Guga.

Alertado por Larri, o brasileiro já esperava alguma forma de intimidação por parte de Agassi. “Mas nunca imaginei que pudesse ser daquele jeito”, relata.

Nada disso adiantou. Após enfrentar os puns e jogando diante de um ídolo, em partida da segunda rodada, Guga fez um ótimo jogo e despachou Agassi com vitória por 2 sets a 0, parciais de 6-2 e 6-4. “Surpreendente, inimaginável”, resume ele.

O resultado chamou a atenção dos americanos para o catarinense cabeludo, que, por sua vez, tirava uma conclusão sobre Andre Agassi: “Rapaz, a lenda era humana”.