Temporada do saibro começa e Nadal defenderá 2ª menor pontuação em 10 anos
Nesta segunda-feira está aberta a temporada europeia do saibro, que culmina no tão esperado Roland Garros, onde reina absoluto o espanhol Rafael Nadal, que vai buscar sua décima taça no torneio parisiense. Amplo favorito neste período do circuito, o canhoto de Mallorca chega desta vez com mais dúvidas do que certezas, uma vez que ainda não encontrou seu melhor tênis em 2015 e tem apenas uma taça no ano, do ATP 250 de Buenos Aires.
O espanhol é apenas um nome daqueles nos quais devemos ficar de olho nos torneios de terra batida. A russa Maria Sharapova, que outrora se disse uma “vaca no gelo” quando jogava nesta superfície, tem se destacado nas últimas temporadas no saibro. Veja quem pode chamar a atenção nos eventos que antecedem o segundo Grand Slam do ano:
1- Nadal defende segunda menor pontuação em 10 anos
Sempre destaque neste período do ano, Nadal não brilhou como de costume em 2014 e por isso defende sua segunda menor pontuação em 10 anos. De 2005 para cá, apenas em 2009, quando foi surpreendido pelo sueco Robin Soderling nas oitavas de final em Roland Garros, o espanhol somou menos pontos (3.280) do que na temporada passada (3.870).
No último ano, o canhoto de Mallorca foi campeão “apenas” em Roland Garros e Madri, tendo seu pior desempenho em relação a títulos desde 2005, já que nesta e nas temporadas seguintes ele faturou pelo menos três taças no saibro europeu.
Além de tentar dar a volta por cima após um 2014 de menor brilho, Nadal também busca reencontrar a boa forma, uma vez que ainda não embalou em 2015. Campeão no ATP 250 de Buenos Aires, ele não fez nenhuma outra final e sofreu derrotas prematuras em Miami, parando na terceira rodada, e em Doha, onde não passou da estreia.
2- Bellucci tem boa chance para subir no ranking
Os altos e baixos do paulista Thomaz Bellucci serão colocados à prova. Depois de sofrer oito derrotas seguidas, ele acabou com a série em Miami com direito a vitória sobre o ex-número 1 do mundo Lleyton Hewitt. Ele tem no saibro seu piso favorito e já se deu bem algumas vezes nos torneios que antecedem Roland Garros, com destaque para a semifinal no Masters 1000 de Madri em 2011, derrubando Andy Murray e Tomas Berdych em sequência.
Só que o brasileiro não tem ranking para disputar os Masters 1000 desta época e terá que passar pelo quali se quiser entrar em uma destas chaves. Em contrapartida, ele defende poucos pontos, apenas 118, e pode somar bastante com bons desempenhos nos torneios menores. Chaves favoráveis podem fazer o saibro europeu render bem para Bellucci.
3- Del Potro e Cilic buscam sequência em seus retornos
O argentino Juan Martin del Potro e o croata Marin Cilic têm em comum um título cada no US Open. Mas além disso, os dois entram na fase europeia do saibro em busca de sequência, algo que não estão conseguindo nos últimos tempos.
Delpo voltou a sentir o punho esquerdo, voltou a operá-lo depois de jogar em Sydney, torneio que marcou seu retorno ao circuito após quase um ano de inatividade. Recentemente, ele voltou à ação em Miami, onde não passou da primeira rodada.
Por sua vez, Cilic teve problemas no ombro e só disputou um torneio em 2015, o Masters 1000 de Indian Wells, não passando da estreia. O croata está inscrito no Masters 1000 de Monte Carlo e no ATP 500 de Barcelona.
4- Sharapova agora é destaque no saibro
A musa russa sofria neste piso no começo de carreira, mas sua determinação a fez um dos principais destaques na terra batida nos últimos anos, tanto que é justamente Roland Garros o único dos quatro Grand Slam onde ela venceu mais de uma vez. Sharapova é a atual campeã do tradicional evento parisiense e também defende os títulos de Madri e Stuttgart.
Nos cinco últimos anos, Sharapova faturou mais da metade de seus títulos no saibro. De 2010 para cá, a siberiana levantou 14 taças, sendo nove delas na terra batida. Foram três conquistas em Stuttgart (2014, 2013 e 2012), duas em Roland Garros (2014 e 2012), duas em Roma (2012 e 2011), uma em Madri (2014) e uma em Estrasburgo (2010).
5- Halep pode ser segunda força
Com três de seus oito títulos conquistados no saibro, a romena Simona Halep é alguém que pode surpreender. Atual número 3 do mundo, ela foi vice-campeã em Madri e em Roland Garros no ano passado, provando que sabe bem como atuar nesta superfície. Boas campanhas nesta fase da temporada podem fazê-la brigar com Sharapova pela segunda colocação e quem sabe ameaçar a liderança de Serena Williams.
6- Federer e Djokovic na disputa pelo número 1
A vantagem do sérvio Novak Djokovic para o suíço Roger Federer na disputa pela primeira colocação no ranking é relativamente grande e está na casa dos 4 mil pontos, algo que dificilmente será revertido apenas no saibro. Contudo, a distância pode diminuir bastante, uma vez que Federer tem bem menos pontos a defender que Djokovic.
O atual número 1 do mundo conquistou 2.560 pontos na última temporada, contra 790 de Federer. Enquanto Djokovic foi vice em Roland Garro em 2015, faturou o título do Masters 1000 de Roma e fez semifinal no Masters 1000 de Monte Carlo, o rival suíço só se deu bem no torneio monegasco, onde foi até a final e acabou derrotado pelo compatriota Stan Wawrinka.
Federer está inscrito em Monte Carlo e deve disputar também os outros dois Masters 1000, em Madri e Roma. Além disso, ele vai atrás de mais 250 pontos no estreante ATP de Istambul. Bons desempenhos nestes torneios e uma ou outra derrapada de Djokovic podem deixar o suíço com chance de brigar pela ponta na temporada de grama, seu piso preferido e que neste ano terá uma semana a mais.
7- Ferrer e demais espanhóis
A escola espanhola tem vários grandes nomes que podem surpreender e principalmente brigar por títulos em torneios menores, assim como aconteceu em 2014, quando Fernando Verdasco levou em Houston e Guillermo Garcia-Lopez em Casablanca. Mas o destaque entre os espanhóis que não se chamam Rafael Nadal é David Ferrer, que começou com tudo em 2015.
O atual número 7 do mundo vem em grande fase e com excelentes resultados neste princípio de temporada, faturando já três títulos (Acapulco, Rio de Janeiro e Doha). Nesta segunda-feira, depois de atingir as quartas em Miami, Ferrer aparece como o quarto que mais somou pontos neste ano e com tendência a conseguir ainda mais no saibro.
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