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Feijão fez há dois meses o jogo da sua vida. Desde então, não ganhou mais

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

07/05/2015 06h00

Há dois meses, João Souza, o Feijão, fazia em Buenos Aires o jogo mais marcante de sua carreira. E apesar de ser derrotado pelo argentino Leonardo Mayer por 3 sets a 2  (7-6 [7-4], 7-6 [7-5], 5-7, 5-7 e 15-13), o brasileiro deixou a quadra como um herói e foi exaltado pela raça e garra demonstrada ao longo das 6 horas e 47 minutos de partida válida pela primeira rodada da Copa Davis. E aquele momento, de fato, era especial para o paulista de 26 anos. Era o número 1 do país no ranking mundial e vivia a melhor fase da carreira, tendo alcançado a semifinal do Aberto do Brasil e as quartas do Aberto do Rio algumas semanas antes.

Só que desde a atuação heroica que o transformou no novo queridinho do tênis brasileiro, Feijão parou. Disputou cinco partidas e acabou derrotada em todas. Nesta sequência de reveses, chegou a levar 6-0 e 6-1 de Mikhail Kukushkin, 54º colocado do ranking mundial, em seu piso favorito, o saibro.

“Depois daquele jogo (com o Mayer) foi tudo muito corrido. Tive apenas alguns dias para me recuperar e já fui para Miami. Perdi o primeiro jogo, depois perdi um jogo em Houston que deveria ter ganhado. A confiança acabou baixando. Voltei ao Brasil e treinei poucos dias antes de jogar o ATP 500 de Barcelona. Estou buscando de novo essa confiança que tive em fevereiro e na Copa Davis. Mas vida de tenista é assim. Você perde dois, três jogos e a confiança cai”, reconheceu o brasileiro, que ocupa atualmente a 78ª posição do ranking da ATP.

Apesar de viver má fase e ter perdido o posto de número 1 do país novamente para Thomaz Bellucci, Feijão não vê motivos para acender o sinal de alerta. Acredita que pode conseguir a recuperação rapidamente e chegar bem para a disputa do Grand Slam de Roland Garros, que tem início no próximo dia 24.

“É normal no tênis ter altos e baixos. Comecei muito bem o ano e posso ir ainda melhor. Mas não dá pra ir bem, 20, 25 semanas do ano. Só caras como Federer, Nadal e Djokovic conseguem isso”, disse Feijão, que terá como próximo compromisso o qualifying do Masters 1.000 de Roma (ITA) a partir do sábado no Foro Itálico.

Como o momento não é dos melhores, Feijão cogita até abrir mão por um tempo das chaves de ATP 250 e 500 para disputar alguns challengers não apenas para somar pontos no ranking como também para readquirir a confiança e conseguir cumprir sua meta de terminar 2015 entre os 60 melhores do ranking mundial. Até hoje, a melhor posição do brasileiro ao término de uma temporada foi a 90ª, em 2014.

“Posso jogar challengers para recuperar a confiança e somar pontos. Minha meta é terminar o ano no top 60. Mas, se de repente for bem nesses torneios até junho, já dou um salto, crio gordura e recupero a confiança”, afirmou o brasileiro.

Feijão também está na expectativa sobre a sua presença nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), que serão realizados em julho. A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) só fará a convocação no dia 15 de junho.

“Ainda não conversei sobre o Pan-Americano. Vamos definir mais para o meio do ano, mas sempre gosto de representar o Brasil”, disse. 

As cinco derrotas de Feijão após a batalha com Mayer:

João Souza 3-6 e 5-7 Alexander Zverev (ALE) - Qualifying do Masters 1.000 de Miami (EUA), quadra rápida.
João Souza 7-5, 4-6 e 2-6 Jack Sock (EUA) - Primeira rodada do ATP 250 de Houston (EUA), saibro.
João Souza 1-6 e 0-6 Mikhail Kukushkin (CAZ) - Primeira rodada do ATP 500 de Barcelona (ESP), saibro
João Souza 4-6 e 4-6 Pablo Andújar (ESP) - Primeira rodada do ATP 250 de Munique (ALE), saibro.
João Souza 6-7 (4-7) e 4-6 Nicolas Mahut 9FRA) - Qualifying do Masters 1.000 de Madrid (ESP), saibro.