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Gritos, roupas e quadras. Tenistas se revoltam com machismo em Wimbledon

Azarenka reclamou do excesso de atenção dado aos gritos das tenistas em quadra - Stefan Wermuth/Reuters
Azarenka reclamou do excesso de atenção dado aos gritos das tenistas em quadra Imagem: Stefan Wermuth/Reuters

Do UOL, em São Paulo

08/07/2015 08h25

A organização de Wimbledon, o mais tradicional torneio do circuito, recebeu duras críticas de jogadoras de peso. Entre as que reclamaram estão nada mais nada menos do que a atual líder do ranking, a norte-americana Serena Williams, e outras duas ex-número 1 do mundo, a dinamarquesa Caroline Wozniacki e a bielorrussa Victoria Azarenka.

Wozniacki foi a primeira a abrir a boca, reclamando do machismo do evento, que prioriza as partidas da chave masculina nas quadras principais. “Eu adoro jogar nas grandes quadras. Você treina duro para jogar nelas e as mulheres não vem tendo tantas oportunidades de jogarem lá”, disparou a dinamarquesa após sua eliminação no torneio.

Nos oito dias de competição realmente os homens foram beneficiados na programação no All England Club, fazendo quatro jogos a mais do que as mulheres na mítica Quadra Central. Também foram cinco jogos masculinos a mais na Quadra 1 (a segunda em importância) e um a mais na Quadra 2.

“Acho que as mulheres merecem um tratamento diferente e devem jogar mais nas quadras principais diante do grande público”, reclamou Wozniacki, que acabou sendo amparada pela companheira e amiga Serena Williams.

A número 1 do mundo endossou as palavras de Wozniacki. “Ainda estamos lutando contra isso. Estamos fazendo progresso, mas ainda há mais para se fazer. Espero que no futuro igualem o número de partidas. E não acho que isso se limite a Wimbledon, temos o mesmo problema em outros torneios”, afirmou a caçula das irmãs Williams.

Vítma de Serena nas quartas de final, Victoria Azarenka foi mais uma a reclamar do tratamento diferente entre homens e mulheres. Contudo, o alvo da bielorrussa não foi a distribuição das quadras, e sim o foco da imprensa nos gritos das jogadoras durante as partidas.

“Isso é tão irritante, pois os caras também gritam. Treinei perto de Rafael Nadal nesses dias e ele grita mais alto do que eu e ninguém fala. Por quê? Eu não entendo isso. Tanto homens como mulheres se esforçam ao máximo na quadra e acabam fazendo barulho”, falou a bielorrussa.

“Acontece em todos os esporte. Acho que temos que nos concentrar no que é importante neste esporte”, afirmou Azarenka, que também reclamou do excesso de atenção às roupas das jogadoras.

“Temos que deixar essa coisa de barulho de lado, assim como o jeito que nos vestimos. O jogo de hoje mostrou ser mais importante do que isso”, completou a ex-número 1 do mundo, que ainda fez elogios à algoz Serena Williams. "Temos que deixar isso um pouco de lado e dizer 'meu Deus, Serena fez 24 aces hoje'. Algum dos garotos fez isso? Vamos olhar para as coisas boas. Parem de trazer temas ridículos".