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Rumo ao bi! Croata pidão sofre com freguês, mas vai à semifinal do US Open

Cilic comemora ponto conquistado sobre Tsonga no Aberto dos Estados Unidos - TIMOTHY A. CLARY/AFP
Cilic comemora ponto conquistado sobre Tsonga no Aberto dos Estados Unidos Imagem: TIMOTHY A. CLARY/AFP

Do UOL, em São Paulo

08/09/2015 20h15

A história do jogo

Marin Cilic venceu Jo-Wilfried Tsonga, nesta terça-feira (8), por 3 sets a 2 (6-4, 6-4, 3-6 e 6-7 [3] e 6-4), em 3h59m, nas quartas de final do Aberto dos Estados Unidos. A vitória poderia ser considerada um resultado normal por se tratar do atual campeão e nono melhor tenista do ranking da ATP, mas não é bem assim. E a explicação está no número de vezes em que o francês teve seu serviço quebrado: três, três a mais do que ele havia sido em toda a competição. Isso mesmo, até o momento, ninguém tinha conseguido vencer um game em que Tsonga estava sacando.

E a explicação para esse “fenômeno” pode estar na tradicional irregularidade de Tsonga, criticada, inclusive, durante a partida pelo comentarista da ESPN Brasil Fernando Roese. Dono de um dos serviços mais rápidos do torneio (222 km/h), o francês, ao tempo em que conquistou 15 aces, também anotou 11 duplas faltas, o que praticamente tirou qualquer vantagem que seu saque pudesse ter.

As seis duplas faltas feitas por Tsonga nos três primeiros sets estão bem acima do apresentado por ele nas outras quatro partidas do Aberto dos Estados Unidos, em que ele venceu em sets diretos. Até o momento, o jogo com o maior número havia sido nas oitavas de final, contra Benoit Paire, com apenas duas.

Acha que é só no Brasileirão? Tenistas também reclamam da arbitragem

Atual campeão do torneio, Marin Cilic vem demonstrando uma tendência para ser juiz de linha nesse Aberto dos Estados Unidos. Antes da partida contra Tsonga, o croata já era um dos que mais havia pedido desafios. E essa tônica se repetiu no duelo desta terça-feira. Apenas no primeiro set, foram cinco vezes em que o tenista contestou a decisão da arbitragem, acertando em três oportunidades e errando em outras duas.

A atitude do adversário acabou impactando Tsonga, que começou o segundo set batendo boca com os juízes, reclamando da quantidade de erros deles durante a partida. As críticas voltaram a acontecer no quarto set, mais uma vez envolvendo o francês.

A força do saque croata

111 aces na competição

Se o saque atrapalhou Tsonga, ajudou Cilic. O croata manteve a boa média que vinha tendo no torneio e, com os 28 da partida desta quarta-feira, ultrapassou a marca dos 100 aces na competição. Para ajudar, o número de duplas faltas foi menor que a do francês (4). Dessa maneira, o atual campeão viu seu serviço ser quebrado em apenas uma oportunidade, o que acabou sendo o diferencial para levá-lo à semifinal.

 

A reação aconteceu, mas não foi suficiente

Foi com pontos como esse que Tsonga começou a esboçar uma reação depois de vencer o terceiro set. Em um jogo extremamente irregular, Tsonga começou a melhor na partida no terceiro set, quando fechou em tranquilos 6 games a 3. A partir daí, o francês começou a apresentar um desempenho melhor, salvando, inclusive, três matchpoints na quarta parcial. E a melhora de Tsonga aconteceu no mesmo momento em que Cilic desapareceu na partida.

Errando bolas que não costumava errar e exagerando no número de pedidos de desafios, Cilic quase colocou tudo a perder no tiebreak. Com uma dupla falta, o atual campeão deixou a vantagem no marcador para o francês, que não deu a mesma brecha e fechou a quarta parcial.

No quinto set, no entanto, Cilic “acordou” para o jogo e voltou a conseguir o que ninguém havia feito no Aberto dos Estados Unidos: quebrar Tsonga. Dessa maneira, o croata conseguiu caminhar para a vitória.

Pitacos dos comentaristas

“Pior que um jogo chato é um jogo chato que não acaba em três sets. Mas vai que o Tsonga anima isso aí de verdade daqui a pouco, né?”

Alexandre Cossenza, blogueiro do UOL, “prevendo” a reação de Tsonga.

“É impressionante como ele oscila. Oscila muito pela força e pelo tênis que ele tem. É muito difícil ele ter uma consistência dentro do game”

Fernando Roese, na ESPN Brasil, sobre a irregularidade de Tsonga.

Segue a sina

A derrota para Cilic não só tirou Tsonga do Aberto dos EUA como ampliou dois tabus. O primeiro deles envolvendo diretamente o francês: desde 2011 ele não vence o croata. A última vez havia sido Masters 1000 de Cincinnati. O segundo envolve toda a França. Desde 2001 um representante do país não consegue duas semifinais de Grand Slam no mesmo ano. O último a conquistar foi Sebastien Grosjean, no Aberto da Australia e em Roland Garros. Tsonga já havia chegado na fase esse ano em Roland Garros.