Polícia questiona versão de ex-tenista preso por engano: "Não fazemos isso"
Um dia depois de a polícia de Nova York ter confundido James Blake com um suspeito de roubo no hotel Grand Hyatt, o comissário de polícia William J. Bratton colocou sob suspeita a versão do tenista sobre o caso. Uma investigação foi aberta para verificar o ocorrido.
“Seremos muito agressivos em relação a isso (investigação do caso)”, afirmou em entrevista ao canal de televisão “NY1”. “Não vou tolerar nenhum tipo de uso excessivo de força por parte dos meus policiais. Mas como sempre, e falamos isso, a primeira história nunca é a última história, então vamos esperar e ver o que temos de fatos e circunstâncias e, esperançosamente, vídeo”, completou.
Na última quarta-feira (9), o ex-tenista, que está hospedado no hotel para acompanhar o Aberto dos Estados Unidos, foi imobilizado pelos policiais, que o colocaram do chão, de mãos para trás. A abordagem rendeu ferimentos a Blake nas mãos e na perna.
O ex-atleta de 35 anos foi rendido por policiais e ficou imobilizado por 15 minutos até que as autoridades percebessem que eles estavam com a pessoa errada. Segundo informou a imprensa americana, James Blake foi confundido com um suspeito de roubo de celular.
“É muito perturbadora a ideia. Ele diz que foi abordado por uma pessoa de bermuda e camiseta, que o jogou ao chão e foi auxiliado por outras quatro pessoas que se identificaram como policiais. A descrição não condiz com o que fazemos normalmente”, justificou Bratton.
Em entrevista ao canal de televisão “ABC”, James Blake disse não se importar se o caso foi ou não motivado por questões raciais. Para ele, a atitude da polícia é injustificável independentemente disso.
“Para mim, é um simples caso de uso desnecessário de força policial, não importando qual é minha raça. Na minha cabeça, provavelmente tem um fator racial envolvido, mas isso não importa, não há razão para ninguém fazer isso com ninguém”, afirmou.
“Você poderia pensar que eles diriam, ‘ei, queremos falar com você. Nós estamos verificando algo’. Eu estava apenas parado ali. Não estava correndo. Isso não está nem mesmo perto de ser algo OK. É completamente desnecessário. Você pode achar que em algum momento eles vão notar que não é OK, mas parece que não há como pará-los”, completou Blake.
Blake, que tem formação superior, foi um dos poucos negros a virar top 10 do ranking mundial (foi o número 5 em 2007). Ele se aposentou em 2013 e acumulou apenas em premiação quase US$ 8 milhões.
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