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Conquista de Melo lembra Guga e projeta dias melhores para tênis brasileiro

Marcelo Melo (à esquerda) é agora o número 1 das duplas no ranking da ATP - AFP PHOTO / MIGUEL MEDINA
Marcelo Melo (à esquerda) é agora o número 1 das duplas no ranking da ATP Imagem: AFP PHOTO / MIGUEL MEDINA

Do UOL, em São Paulo

17/11/2015 22h03

O Brasil, pentacampeão mundial no futebol, ultrapassou a barreira das quatro linhas e agora passou a fazer parte de outra elite do esporte mundial: o tênis. Neste mês, Marcelo Melo chegou ao primeiro lugar no ranking da categoria duplas da ATP e deu esperança aos brasileiros que aguardam uma nova ascensão do tênis no país.

Segundo análise preparada pelo tradicional jornal norte-americano The New York Times, a conquista de Melo fez os amantes de tênis relembrarem da época de Guga, que se tornou líder do ranking mundial de simples em 4 de dezembro de 2000.

“Ao meu parecer foi um feito extraordinário, principalmente porque os irmãos Bryan são os melhores jogadores de tênis de duplas de todos os tempos. Foi uma conquista improvável. Acredito que este resultado teria levado mais 30, 40 anos para voltar a acontecer no meu país”, disse Guga.

O lugar mais alto de sua categoria foi alcançado após a classificação de Melo e seu parceiro Ivan Dodig para as semifinais do ATP 500 de Viena. Com o resultado, o brasileiro acabou com a hegemonia dos irmãos norte-americanos Mike e Bob Bryan, que estavam no topo desde setembro de 2012.

“Ele não é um jogador chamativo que você diz: 'Uau, ele é incrível’. Ele é um jogador completo, com mãos rápidas que cobrem a rede. Ele é o cara que mais melhorou lá fora”, destacou Bob Bryan.

Hoje, o Brasil é uma das sete nações que já tiveram primeiros colocados no ranking da ATP mesmo em simples e duplas. Ao lado vem Estados Unidos, Austrália, Suécia, Sérvia, República Tcheca e Espanha.

A ascensão de Marcelo também traz uma nova tendência para o tênis: a existência de jogadores cada vez mais altos na modalidade. Conhecido como Girafa, Melo é o número 1 mais alto da história da ATP.

“Para ser realmente honesto, eu ainda estou percebendo o que eu fiz", disse Melo, que recebeu elogios não só de Guga ou Bob Bryan, mas também de Roger Federer.
“Ele não passa despercebido, uma mudança como essa, especialmente depois de dominância os Bryans”, comentou o tenista suíço.

De acordo com a análise do New York Times, a forma de jogar de Melo é simples, mas a envergadura do brasileiro o faz ser a melhor dupla para Dodig. Por esse motivo, os dois, que já estão há quatro anos juntos, são tão entrosados. O estilo de cada um se complementa na quadra.

“Somos uma grande combinação porque somos jogadores totalmente diferentes, e funcionamos bem em muitas situações”, falou Dodig, classificado como a número 4 em duplas.

A nova preocupação de Melo, agora, é com os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. A possibilidade de ganhar uma medalha em casa traz um frio na barriga do tenista: “Essa é uma boa pressão. Eles estão esperando por pelo menos uma medalha de prata”, disse Melo.