De "troca de roupa a técnico freelancer", Djoko diz que recuperou confiança
Em 2016, Novak Djokovic realizou o sonho que apenas Roger Federer e Rafael Nadal conseguiram entre os tenistas da ATP em atividade – fechar o Grand Slam. O sérvio conquistou em junho daquele ano Roland Garros, o último dos grandes torneios que ainda não havia sido campeão. Com 12 conquistas entre Aberto da França, Austrália, Wimbledon e US Open, o tenista chegava ao ápice da carreira.
No entanto, desde então, Djokovic perdeu o embalo. Nos três Grand Slams seguintes, caiu de forma precoce na Austrália e na Inglaterra e foi vice-campeão do Aberto dos Estados Unidos. O que aconteceu com o tenista que conseguiu quebrar a hegemonia de Federer e Nadal?
“Tive uma falta de equilíbrio emocional, algo que nunca tive antes. Roland Garros, por exemplo, perdi algumas vezes e nunca tive problema de me recuperar”, admitiu Djokovic, em Monte Carlo, durante o anúncio do contrato de cinco anos com a Lacoste.
“Depois de vencer Roland Garros no ano passado, eu tive essa nova sensação e me senti exausto ao mesmo tempo. Tive de recuperar essa motivação e curtir o jogo. Mas consegui chegar lá e espero chegar a Paris no melhor momento”, completou.
Com apenas um título na temporada, obtido no ATP 250 de Doha, Djokovic se recuperou nas últimas semanas durante os torneios de saibro, chegando à semifinal em Madri (derrota para Nadal) e ficando com o vice Roma (perdeu para o alemão Alexander Zverev).
Sobre o torneio italiano, Djokovic destacou a atuação fulminante na semifinal, quando perdeu apenas um game para o austríaco Dominik Thiem, mas admitiu cansaço na decisão. “Foi a minha melhor partida em meses”, destacou.
Durante o momento mais tenso desde que chegou ao topo, Djokovic fez mudanças radiciais ao romper com o técnico Boris Becker e mais recentemente com o restante da equipe técnica que estava ao seu lado havia mais de uma década, chefiada por Marian Vajda.
Becker inclusive chegou a criticar o pupilo por "passar mais tempo fora da quadra e não treinar o suficiente" como principal motivo pela queda. O sérvio afirmou em Mônaco "não ser perfeito" e que procura equilibrar a vida pessoal e profissional, porém admitiu um motivo especial para continuar se dedicando nas quadras. "Meu filho vai fazer três anos e daqui a pouco quero que ele me veja na tribuna e, para isso, tenho de jogar em alto nível", disse.
Em Roland Garros, o tenista que completou recentemente 30 anos fechou um acordo com Andre Agassi, mas o acerto com o americano será de forma experimental.
“Eu acompanhava o Agassi desde criança. Temos um estilo parecido de jogo, pois ele é considerado um dos melhores devolvedores de todos os tempos e eu uso muito o retorno no meu jogo. Vai ser bom usar a experiência da carreira dele. Ele desabou no ranking e voltou a ser número 1 do mundo. Vai ser interessante aprender como foi a transição na vida e os desafios que teve para voltar ao topo”, disse o número 2 do mundo.
“Ele é muito resiliente, vai ser algo que posso aprender. Ele vai entender como é o papel de treinador de um jogador top. Vai ser incrível e uma aventura para nós. Temos falado diariamente no telefone e decidimos dar uma chance em Paris. Ele vai estar por um certo tempo e vamos ver como esse relacionamento se desenvolve”, completou o sérvio.
Além da mudança de treinador, Djokovic encerrou na última semana a parceria de cinco anos com a marca japonesa Uniqlo. Agora o sérvio passará a usar o material fornecido pela empresa francesa Lacoste. “Vai ser uma sensação diferente e especial jogar com uma marca francesa em Paris, em Roland Garros.
*O jornalista viajou a convite da Lacoste
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