Filho de lenda do tênis já perdeu de propósito e fugiu por culpa do assédio
Imagine, aos 14 anos, fugir de fãs que nem são seus. Ou ser cercado por adultos em busca de uma selfie. Ou, ainda, dar uma entrevista coletiva apenas por causa de seu sobrenome. No ano passado, o adolescente Leo Borg passou por tudo isso em um torneio de tênis para juniores. O Borg de seu nome entrega de quem ele é filho: Bjorn Borg, vencedor de 11 Grand Slams e um dos maiores tenistas da história.
A conturbada experiência aconteceu na França, no Le Petits As, tradicional torneio de tênis de juniores. A pressão foi tanta que Leo Borg perdeu de propósito logo no segundo jogo, segundo seu técnico, Rickard Billing.
A mãe de Leo, Patricia Borg, contou ao "The New York Times" que eles precisaram correr para escapar de tanta euforia por parte dos torcedores. "Ele não estava preparado para isso", lamentou o pai famoso, que, por outro lado, apostou que o episódio seria importante para o filho considerar seu futuro.
Justamente pela pressão que seu passado impõe sobre o filho, Bjorn Borg acompanha a carreira de Leo à distância. É a mãe quem segue seus passos, depois de tentar, em vão, oferecer caminhos longe das quadras de tênis.
Desde os 10 anos, no entanto, ela diz que Leo está decidido a empunhar a raquete e seguir a mesma carreira que consagrou seu pai. E os resultados já começam a aparecer.
Na última temporada, Leo Borg chegou à final dos quatro principais torneios de tênis de juniores da Suécia, vencendo dois. O desempenho lhe rendeu um prêmio de US$ 11 mil (cerca de 40 mil) por ser o destaque do país na categoria até 16 anos.
O jovem ainda se divide entre o esporte e os estudos. Atualmente, treina em dois períodos, antes e depois de ir ao colégio. No meio do ano que vem, quando terminará o ensino médio, poderá se dedicar exclusivamente ao tênis.
Os pais, enquanto isso, têm uma missão prioritária: reduzir toda a pressão extra sobre o filho. Reforçam que ele não precisa buscar o mesmo sucesso do pai e que há outras opções para seu futuro caso o esporte o desaponte. No entanto, projetam que, caso a carreira de Leo engrene, descolar o sobrenome Borg no dia a dia não será uma missão fácil.
"Ele sempre será lembrado por minha causa, esse é um fardo para ele. Por isso, não coloco pressão nele e tento garantir que sua vida não tenha nenhuma pressão. Assim, a única pessoa que poderá pressioná-lo será ele mesmo", resumiu Borg pai ao "The New York Times".
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