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Governo investiga se Djokovic mentiu em formulário para entrar na Austrália

Djokovic, no aeroporto de Melbourne, na Austrália - Reuters
Djokovic, no aeroporto de Melbourne, na Austrália Imagem: Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/01/2022 00h20

A polêmica envolvendo o tenista sérvio Novak Djokovic ganhou, hoje, mais um capítulo. Segundo o jornal "Daily Telegraph", da Austrália, o governo local está investigando se o jogador de 34 anos mentiu ao preencher o formulário para entrar no país e disputar o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada.

O veículo informa que o número um do mundo fez uma "declaração falsa" ao informar que não viajou 14 dias antes de voar para Melbourne. Todos os viajantes são questionados sobre deslocamentos anteriores, e podem ser punidos caso apresentem "informação enganosa"

Djokovic desembarcou na Austrália no dia 4 de janeiro (data local). Dessa forma, o tenista não poderia sair da Espanha - local de origem de seu voo - a partir de 22 de dezembro de 2021.

O jornal, porém, listou que postagens nas redes sociais mostram que o tenista foi fotografado em Belgrado, na Sérvia, no dia 25 de dezembro, infringindo, assim, a regra de não viajar duas semanas antes do embarque para a Austrália.

De acordo com o jornal britânico Guardian, em sua declaração de viajante, apresentada em 1º de janeiro, Djokovic declarou "não" quando perguntado: "Você viajou ou viajará nos 14 dias anteriores ao seu voo para a Austrália?".

A declaração é acompanhada de um aviso de que fornecer informações falsas ou enganosas é uma "ofensa grave". Em caso de confirmação, a pena máxima é de 12 meses de prisão.

Ainda segundo o Guardian, em sua entrevista com oficiais australianos em 6 de janeiro, o sérvio confirmou que a declaração foi completada por seu agente, "com base" em sua isenção médica aprovada pela Tennis Australia (federação australiana de tênis), mas não foi questionado na entrevista sobre viagens na quinzena antes da chegada.

A investigação acontece pouco depois de Djokovic ganhar na Justiça australiana o direito de entrar no país e, consequentemente, de disputar o Australian Open após ter seu visto cancelado na chegada à Austrália.

O caso, porém, ainda não está totalmente decidido, já que o ministro de Imigração da Austrália, Alex Hawke, ainda considera a possibilidade de exercer seu poder pessoal de cancelar o visto concedido a Djokovic. Se isso acontecer, o tenista sérvio pode ficar sem poder entrar na Austrália por três anos.

Questionado pelo Guardian se a declaração de viagem poderia fornecer novos motivos para cancelar o visto de Djokovic, um porta-voz de Hawke disse que o ministro ainda está considerando exercer seu poder.