Nem tudo é festa em uma temporada esportiva, e ao final do ano sempre vêm à mente os atletas, treinadores, dirigentes e outras pessoas envolvidas com as modalidades que morreram, seja durante a prática esportiva ou não. Abaixo você confere cinco personalidades que se foram em 2010, algumas delas em meio a polêmicas ou discussões sobre segurança no esporte.
O mundo do esporte ficou chocado com a notícia da morte de Andy Irons. Tricampeão mundial de surfe, o havaiano tinha apenas 32 anos e morreu em condições suspeitas, sozinho em um hotel em Dallas. A princípio, o óbito foi atrelado a uma dengue, mas depois passaram a cogitar as hipóteses de overdose de remédios e até suicídio. Ícone do surfe nos anos 2000 ao lado de Kelly Slater, Irons tinha histórico de depressão, que chegou a afastá-lo do circuito em 2009, e vencera apenas uma etapa em 2010, no Taiti, após quase três anos de jejum de títulos. Lyndie, mulher de Irons, estava grávida de oito meses na ocasião da morte do marido, e o primeiro filho do casal nasceu no último dia 8 de dezembro.
TRICAMPEÃO ANDY IRONS MORRE AOS 32 ANOS; CAUSA SERIA DENGUE
REVISTA RETOMA HISTÓRICO DE ABUSOS E LEVANTA SUSPEITA DE OVERDOSE
Nem Villa, nem Sneijder, nem Forlán, nem Mandela. O grande destaque da primeira Copa do Mundo disputada em solo africano foi um animal, o polvo Paul. Morador de um aquário em Oberhausen, Alemanha, o molusco, no início, integrava uma brincadeira dos zoológicos alemães, que usavam bichos para tentar acertar os vencedores dos jogos do Mundial da África do Sul. Mas Paul ganhou fama ao cravar todos os 8 jogos para os quais foi "escalado", entre eles final vencida pela Espanha. O sucesso, porém, durou pouco. Quase 5 meses após virar astro da Copa, o polvo vidente morreu, aposentado das previsões, com 2 anos e 9 meses de idade. Oberhausen já anunciou um sucessor, Polvo II, mas a fama do verdadeiro é imbatível.
POLVO PAUL SE APOSENTA COMO ORÁCULO COM TROFÉU DA COPA E MARISCOS
MORRE O POLVO PAUL, VIDENTE DA ÚLTIMA COPA DO MUNDO
Juan Antonio Samaranch fez fama na Espanha como dirigente e só ganhou projeção mundial ao se tornar presidente do Comitê Olímpico Internacional em 1980. Mesmo avesso à mídia, o espanhol fez do movimento olímpico, que passava por um momento difícil e falava em falência, uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. Foi sob seu comando que os Jogos tornaram-se atrativos para investidores e público. Mas foi sob sua batuta também que o COI teve de enfrentar casos de corrupção e o crescimento do doping. Samaranch morreu aos 89 anos, vítima de insuficiência cardíaca, mas nos últimos anos, mesmo com a saúde debilitada, ainda transitava com autoridade e relevância pelos bastidores do esporte.
SAMARANCH MORRE E DEIXA LEGADO DE PROFISSIONALISMO E POLÊMICAS
SAMARANCH É VELADO POR AUTORIDADES E PERSONALIDADES DO ESPORTE
A bela cerimônia de abertura dos Jogos de Inverno de Vancouver foi ofuscada por um acidente ocorrido horas antes da festa. Durante um treino do luge, o georgiano Nodar Kumaritashvili perdeu o controle de seu trenó, voou e se chocou contra uma pilastra. Levado a um hospital em estado gravíssimo, não resistiu aos ferimentos. A morte de Kumaritashvili e outra série de acidentes abriu discussões sobre a segurança oferecida pela pista em Vancouver, considerada a mais rápida de uma edição de Olimpíada de Inverno. Inicialmente, o COI apontou culpa do georgiano pelo acidente, mas após os Jogos, a entidade assumiu "culpa moral" pelo ocorrido. Um relatório sobre o caso o qualificou como "fatalidade".
HOMENAGENS A GEORGIANO MARCAM ABERTURA DA OLIMPÍADA DE VANCOUVER
RELATÓRIO DA MORTE DE GEORGIANO LEVANTA QUESTÕES SOBRE SEGURANÇA
Mais um acidente fatal aconteceu neste ano nas provas de velocidade. A vítima da vez foi o japonês Shoya Tomizawa, de apenas 19 anos. Vencedor da primeira corrida da Moto2, categoria de acesso da MotoGP, o piloto foi atropelado por outras duas motos durante o GP de San Marino, em setembro. Após sofrer uma parada cardíaca na própria pista, Tomizawa foi levado a um hospital em estado gravíssimo, mas não resistiu. A morte do japonês voltou a levantar questionamentos sobre a segurança nas pistas de velocidade, e apesar de considerarem o acidente de Tomizawa como inevitável, os dirigentes da MotoGP admitiram intensificar os estudos sobre proteções adicionais aos pilotos.
JAPONÊS DE 19 ANOS É ATROPELADO E MORRE NA MOTO2
APÓS MORTE DE JAPONÊS, MOTOGP ESTUDA MELHOR PROTEÇÃO AOS PILOTOS
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