UOL Esporte Top 5

Veja cinco razões para o pior início da Williams na história da F-1

Com sete títulos de pilotos e nove de construtores ao longo de seus 36 anos de história na Fórmula 1, a Williams nunca havia experimentado um começo tão ruim quanto o da temporada de 2011. Já são quatro corridas sem pontuar, o que causou uma crise interna. O comando técnico foi reformulado, e o principal piloto, o brasileiro Rubens Barrichello, cobrou melhorias e pôs em dúvida seu futuro no time.

É o fundo do poço de uma decadência que começou há 13 anos, depois que o canadense Jacques Villeneuve ganhou o último título pra a escuderia. Desde então, houve um esboço de reação no começo do século, mas a última vitória foi de Juan Pablo Montoya, em 2004, no Brasil. A crise pode ter raízes profundas, mas há cinco explicações recentes que podem ser consideradas.

LEIA MAIS:
Rubens Barrichello coloca futuro na Williams em dúvida e cobra melhora da escuderia
Compare o desempenho dos pilotos da Williams com o restante das equipes na temporada

Patrocínios fogem e orçamento aperta

Ben Stansall/AFP

Em 2010, a Williams teve um volume de negócios de R$ 240 milhões, um valor 16% menor do que o do ano anterior, e R$ 100 milhões mais modesto que o da Red Bull, por exemplo. A equipe perdeu dois patrocinadores de peso para este ano, o banco RBS e a Phillips. O contrato com a Petróleos de Venezuela (PDVSA) trouxe um alívio de R$ 30 milhões, mas não deu segurança suficiente para um desenvolvimento técnico sólido para 2011. Preocupado com a situação financeira, Frank Williams (foto) entrou no mercado de ações visando tranquilidade a longo prazo.


Time tem choque de realidade após os testes

Bryn Lennon/Getty Images

Durante a pré-temporada, a equipe já sofria com o funcionamento do Kers. Sem ele, Rubens Barrichello (foto) liderou os testes de Jerez de la Frontera e anunciou um bom começo para a equipe, que parecia ter encontrado a harmonia aerodinâmica com os pneus Pirelli e o motor Cosworth. A primeira corrida na Austrália, no entanto, serviu para lembrar ao time que "aquilo era só um teste". O projeto aerodinâmico não se sobrepôs à inferioridade do motor, o Kers continuou sem funcionar e o carro esbarrou em seguidos problemas de confiabilidade ao longo das próximas corridas.


Equipe passa a sofrer com pressão dos acionistas

Divulgação

Com a abertura de capital, a Williams passou a responder não apenas aos seus donos e patrocinadores, mas também aos seus acionistas da bolsa de Frankfurt Isso sem falar no austríaco Toto Wolff (foto), jovem e ambicioso investidor que detém 16% do time. Por isso, a equipe apostou em inovações agressivas, mas que não deram tão certo, como a nova asa dianteira com bico curto. Quando os problemas vieram à tona, o mundo caiu sobre o sobrecarregado diretor Sam Michael, que, segundo Barrichello, "ficou até mais calmo" depois do anúncio de sua demissão, mas ainda não conseguiu fazer o Kers funcionar.


Confiabilidade vira o grande obstáculo

Paul Crock/AFP

Nas duas primeiras provas, nem Barrichello nem Pastor Maldonado conseguiram levar o carro à linha de chegada. Na Austrália, ambos tiveram problemas na transmissão. Na Malásia, o brasileiro saiu com problemas hidráulicos. Resolvido o problema, a Williams ao menos conseguiu terminar as duas últimas corridas, mas o melhor resultado foi o 13º lugar de Rubinho na China. Todos os esforços para melhorar a eficiência da caixa de câmbio e da transmissão serviram para mostrar que a equipe ainda perde muito tempo de desenvolvimento tentando resolver problemas de confiabilidade.


Falta de comando preocupa Barrichello

Mark Thompson/Getty Images

A crise saiu das pistas e fez com que a Williams anunciasse a saída do diretor técnico Sam Michael (foto), e a vinda do engenheiro Mike Coughlan, marcado pelo escândalo de espionagem da McLaren de 2007. Pior foi o pedido de demissão do presidente Adam Parr, negado por Frank Williams. Parr revelou ainda que o coproprietário Patrick Head iria se aposentar ao final do ano - outra informação negada. Enquanto as cabeças rolam, Barrichello pede comando: "Precisamos de um líder. Nesse momento, é quase como se tivéssemos muitos, mas não é o suficiente. Muitas pessoas estão tentando dizer algo, mas, no final, não é esse o ponto".


Compartilhe:

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host