Publicidade





P. Tostão, um abraço e é um prazer inaugurar este espaço. Sou um admirador do seu trabalho e foi um prazer termos participado juntos da seleção em 66; você estava no início da sua trajetória, e eu já me despedia. A minha pergunta é: que comparação você faz entre o futebol de hoje e o da época em que você jogava. Não só em termos de clubes, mas na nossa seleção.
Bellini, capitão do Brasil na Copa de 58


R. O futebol, hoje, está mais veloz e com uma marcação mais dura e mais próxima. Os jogadores estão melhor preparados fisicamente. A tática está mais valorizada. Por outro lado, há menos criatividade e improvisação. O futebol ficou mais feio. Apesar das mudanças, o craque ainda faz a diferença. É insubstituível.

Seleção brasileira

O Brasil não tem mais o melhor futebol do mundo, mas continua entre os melhores. Certamente, irá se classificar e é um dos candidatos ao título na próxima Copa.

Existe um número maior de bons jogadores no Brasil do que em outros países. No entanto, no momento da partida, onze contra onze, há um equilíbrio técnico, principalmente entre Brasil, Argentina, França, Holanda e Itália.

Atualmente, a seleção brasileira está pior que suas rivais porque elas já têm time formado desde a última Copa.

Em vez de facilitar a convocação pelo técnico, o número maior de jogadores atrapalha. Em quase todas as posições, os jogadores se nivelam. Hoje, um está melhor. Na semana seguinte, o destaque é outro. Isso confunde o técnico.

Se Leão não formar, logo, um time com seus principais reservas, terá as mesmas dificuldades de Luxemburgo.

Cada um de nós tem sua preferência. A minha equipe é diferente da do Leão, que é diferente das dos leitores. É difícil dizer quem está certo. A obrigação de acertar é do técnico e não nossa.

Nessa primeira convocação, não gostei da ausência do Ronaldinho e do Ricardinho do Cruzeiro. O jogador do Grêmio não brilhou nas Olimpíadas, mas já mostrou que tem talento para continuar na seleção.

O volante Ricardinho é o melhor jogador do Cruzeiro na Copa João Havelange e um dos destaques do time nos últimos anos.

Gostei da ausência de jogadores estrangeiros sempre convocados por Luxemburgo, como Evanílson, Antônio Carlos, Flávio Conceição, Marcos Assunção, Élber, Amoroso, Zé Roberto, Sávio e outros. Não acrescentavam nada.

Roberto Carlos está em grande forma no Real Madrid, mas criou grandes problemas na seleção. A maioria dos torcedores não quer vê-lo mais no time.

Adriano é uma esperança. É forte, alto, cabeceia, finaliza bem e ainda sabe jogar como pivô, preparando as jogadas.

Vamos aguardar e esperar que a seleção ganhe e brilhe.

Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quartas-feiras