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15/12/2009 - 12h22

Paranaense é campeão do maior "Brasileirão" de pôquer da história

Guga Fakri
Em São Paulo
  • Marco Marcon ficou com o título do Brasileiro de pôquer de 2009

    Marco Marcon ficou com o título do Brasileiro de pôquer de 2009

Na madrugada da última segunda-feira, foi decidido o Campeonato Brasileiro de pôquer, o BSOP (Brazilian Series Of Poker), a mais importante série de torneios do país. Após 11 etapas, o paranaense Marco Marcon se tornou o campeão do maior “Brasileirão” de pôquer da história, que distribuiu um total de R$ 3,2 milhões ao longo da temporada.

Em sua quarta edição, o BSOP teve média de mais de 330 participantes nas 11 etapas disputadas em 2009. O número representa um crescimento de 450% desde a temporada de estreia, em 2006, quando a série teve média de 60 jogadores por etapa. Se compararmos com 2008, que teve média de 120 participantes por torneio, o aumento foi de 175%.

O BSOP deste ano visitou oito cidades (São Paulo, Goiânia, Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e Balneário Camburiú) e bateu por quatro vezes o recorde de 141 inscrições em uma única etapa. Na abertura da temporada, São Paulo recebeu 206 competidores, número superado em Balneário Camburiú (244) e em Curitiba (478), até chegar a oitava etapa, no Rio de Janeiro, onde 641 jogadores quebraram não só o recorde de participantes em torneios no Brasil, como também na América Latina.

Primeiro campeão brasileiro de pôquer em 2006 e um dos organizadores do BSOP, Leandro Pimentel, o Brasa, ficou surpreso com a velocidade do crescimento da série de torneios. “Já imaginava que o crescimento do pôquer no mundo, principalmente nos Estados Unidos, se refletiria com força semelhante no Brasil, mas não esperava que chegasse nesse ponto tão rapidamente”, falou Brasa, que além de atuar como dirigente, é jogador profissional.

PÔQUER LUTA PELO
SEU RECONHECIMENTO

Apesar de ainda ser um assunto polêmico e pouco conhecido pela maioria, o pôquer atinge cada vez mais o status de esporte no Brasil e no mundo. Prova disso foi a recente criação da Confederação Brasileira de Texas Hold'em (CBTH), entidade que representa para o pôquer o mesmo que a CBF para o futebol.

Como a legislação brasileira ainda é bastante indefinida sobre a prática do pôquer, a CBTH não pretende somente organizar campeonatos em território nacional: a entidade tenta, principalmente, legitimar o pôquer como atividade esportiva.

O aumento significativo no número de participantes foi alavancado pela parceria do BSOP com sites de pôquer na internet. Através de torneios classificatórios online, os jogadores puderam se classificar para uma etapa da série, cuja inscrição custa mil reais, jogando torneios mais baratos, ou até gratuitos.

“Poderíamos ter aumentado o valor do buy-in [inscrição], mas optamos por popularizar o evento. No ano que vem, o objetivo é trazer 700 participantes por etapa”, disse Brasa, após explicar que o BSOP de 2009 será o campeonato oficial da recém-criada Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), a “CBF” do pôquer.

Segundo Brasa, o BSOP e a CBTH não pretendem esperar pela ação das autoridades para provar a tese de que o pôquer é um jogo de habilidade, não de azar e, portanto, não pode ser considerado uma contravenção penal. “O preconceito ainda existe, mas a cada dia a sociedade passa a aceitar melhor o pôquer. Estamos nos cercando de documentos que provam nossa argumentação, e nós mesmos vamos buscar as autoridades para que elas entendam isso”, revelou.

O campeão brasileiro de 2009
O próprio título de Marco Marcon explica um pouco a tese dos jogadores sobre o pôquer ser um jogo de habilidade. O paranaense participou de 10 das 11 etapas da temporada, mas não venceu nenhuma, e nem mesmo chegou a uma mesa final. Porém, entrou na faixa de premiação em cinco oportunidades (50% de aproveitamento), participando de três mesas semifinais. A consistência de Marcon lhe deu o título nacional.

“Estou muito orgulhoso, porque o nível foi alto e os adversários são de primeira linha”, disse o paranaense de 29 anos, que além de jogador profissional de pôquer, também é empresário. “Eu e minha mulher, que é pedagoga, temos uma escola de educação infantil, para crianças de até 6 anos. Porém, atualmente, dedico a maior parte do meu tempo ao pôquer”, contou Marcon. “Ela é minha maior incentivadora no pôquer e fez aniversário neste domingo, no dia em que fui campeão. Por isso, dedico este título a ela.”

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