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10/01/2010 - 07h02

Repórter do UOL vive noite de jogador profissional de pôquer

Lello Lopes
Em Nassau (Bahamas)*
  • Mesmo concentrado no jogo, não consegui chegar à mesa final

    Mesmo concentrado no jogo, não consegui chegar à mesa final

Realizar a cobertura de um torneio de pôquer e não jogar é quase como ir a Roma e não ver o papa. Por isso, nas principais competições da modalidade, sempre existe um torneio para a imprensa. E a reportagem do UOL Esporte participou de um desses eventos na noite de quinta-feira, em Nassau, nas Bahamas.

A competição para os jornalistas fez parte da programação do PokerStars Caribbean Adventure, maior torneio de pôquer do mundo fora dos Estados Unidos, com a participação de mais de 1500 jogadores.

É claro que existem muitas diferenças entre os profissionais, que disputam um prêmio de US$ 2,2 milhões, e os jornalistas, que não levaram dinheiro nenhum (os primeiros colocados ganharam passeios com golfinhos, massagens ou fichários de pôquer). Mas pelo menos por uma noite consegui sentir um pouco o que esses jogadores vivem todos os dias.

Embora dispute campeonatos com amigos e jogos na Internet, eu nunca havia participado de nenhuma competição oficial. Por isso, confesso que estava ansioso pouco antes de começar o torneio.

O cenário era um pouco intimidador. Jogamos no mesmo salão onde o torneio principal está sendo disputado. As principais mesas do dia já haviam sido encerradas, mas várias outras disputas estavam acontecendo, envolvendo jogadores que já tinham sido eliminados do torneio principal. Um desses jogadores era o brasileiro Alexandre Gomes, que passou pela mesa dos jornalistas para dar um alô.

Mas quando o dealer começou a dar as cartas, o nervosismo passou. Quase todo o barulho que preenchia o salão sumiu. Restaram apenas os sons das cartas e das fichas sobre a mesa onde eu estava.

A mesa era uma das quatro oferecidas aos jornalistas. Comecei jogando contra colegas do Brasil, Portugal, Alemanha e Estados Unidos.

BRASILEIRO NA MESA FINAL

Lello Lopes/UOL
Marcos Pires (dir) foi o melhor brasileiro no torneio da imprensa, ficando em terceiro lugar

Na primeira oportunidade que tive, fiz a aposta padrão do pôquer: três vezes o valor dos blinds. Afugentei os rivais, ganhei o pote e me animei. Logo em seguida dei o meu primeiro all in da noite, com uma nova vitória (um par de reis, com ás de kicker, contra par de rei e valete do alemão). 

Nesse momento comecei a pensar que poderia ganhar o torneio. Mas a sorte (se é que existe sorte no pôquer) começou a virar. Com a eliminação de vários jogadores, novos rivais foram adicionados à minha mesa. E um deles, um argentino, me tomou muitas fichas.

Passei então a jogar de maneira mais agressiva. Com um nove e seis, dei um novo all in. Um jornalista finlandês, que coincidentemente tinha as mesmas cartas na mão, desistiu da jogada e deixou o pote, me dando uma sobrevida.

Ainda não tinha um cacife suficiente para poder controlar o jogo, por isso resolvi arriscar. Fora de posição, dei um novo all in, dessa vez com 9 e J. Todo mundo desistiu, exceto a norte-americana. Ela me encarou fixamente. Tentei usar a minha melhor poker face, mas não consegui. Com um par de dez, ela pagou a jogada, levou todas as minhas fichas e me tirou do torneio.

Levantei da mesa, cumprimentei a minha algoz (Laura Lane, co-apresentadora do ESPN Inside Deal) e desejei boa sorte a todos. Saí um pouco chateado, é claro, mas satisfeito com o meu desempenho. Afinal, tinha chegada à mesa semifinal. Nada mau para um estreante.

No resto da noite, fiquei na torcida pelos colegas brasileiros. O único que chegou à final do torneio Marco Pires, o Pinduca, da TV Poker Pro.Com. Com jogadas agressivas, ele assumiu a liderança da competição, mas em duas mãos perdeu todas as suas fichas, ficando em terceiro lugar.

A decisão ficou entre o holandês Twan Bouée, do site All in Drachen, e o francês Denis Tugdual, da revista Madame Figaro. Depois de pouca ação, o holandês partiu para o ataque. Sorte do francês, que com cartas melhores conquistou o título e um passeio com os golfinhos no mar do Caribe.

O jornalista Lello Lopes viaja a Nassau a convite do PokerStars

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