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27/01/2010 - 07h04

Mundo do esporte se mobiliza para ajudar o Haiti pós-tragédia

Do UOL Esporte
Em São Paulo

George Cloney organizou um teleton na televisão para ajudar as vítimas da tragédia do Haiti. Simon Cowell, o jurado mal humorado do programa Americana Idol – e magnata da indústria fonográfica -, está produzindo um single com o mesmo objetivo.

Quincy Jones e Lionel Ritchie preparam uma nova versão de “We are the World”, 25 anos após o esforço para ajudar no combate à fome na África, agora para auxiliar na reconstrução do país caribenho. Os exemplos artísticos de ajuda ao Haiti são muitos. E o esporte não fica atrás.

O futebol brasileiro se mobilizou, ações foram feitas na Europa e, nos EUA, os esportes profissionais iniciaram uma série de campanhas para incentivar doações. “Sim, isso tudo é marketing. E dos bons. É usar a força que o esporte tem para convencer as pessoas em benefício do próximo. O esporte tem a chance de mobilizar as pessoas num grau de comprometimento dificilmente alcançado. Imagine começar a usar a força dos clubes, das torcidas e dos atletas para aumentar as doações de sangue, de órgãos, incrementar os projetos sociais”, analisa Erich Beting, blogueiro do UOL, especialista em negócios do esporte.

Confira exemplos de como o esporte está envolvido na reconstrução do país:

Dalembert e a NBA
Pivô do Philadelphia 76ers, Samuel Dalembert é o grande exemplo dessa movimentação. Sem perder jogos do seu time, ele viajou à capital do país, Porto Príncipe, viu “cirurgias em mesas de cozinha”, virou embaixador da Unicef e fez doações (na foto, seu primeiro cheque, de 100 mil dólares). Além disso, um grupo de atletas, liderados por Pau Gasol, doou mil dólares por ponto marcado na rodada do último fim de semana. Além disso, a NBA fez sua contribuição oficial, em parceria com a Unicef, criando uma página em seu site para explicar como ajudar as vítimas.
Demais ligas também doam
Além do basquete, as outras ligas profissionais dos EUA também deram sua contribuição (na foto, Pierre Garçon, dos Colts, da NFL, haitiano). Na semana passada, as associações de jogadores das quatro maiores ligas, NFL (futebol americano), MLB (beisebol), NBA (basquete) e NHL (hóquei) anunciaram uma parceria, com a fundação do “One Team 4 Haiti” (um time pelo Haiti). O intuito é estimular que torcedores dos EUA doem US$ 10 para as vítimas – no Canadá, a doação é de US$ 5. O dinheiro vai para a fundação “Clinton-Bush Haiti”, coordenada por Bill Clinton e com participação de George W. Bush.
Futebol Europeu
O tradicional amistoso dos amigos de Zidane contra os amigos de Ronaldo destinou, em 2010, a arrecadação para os haitianos. O evento não teve o Fenômeno, barrado pelo Corinthians, mas contou com Kaká. “Esse ano o jogo tem uma importância ainda maior, justamente pela mobilização pelo Haiti”, disse o meia do Real Madrid. O desastre também uniu rivais espanhóis: o Real vai reconstruir uma escola de Porto Príncipe, enquanto o Barcelona doará 250 mil euros. Entre os jogadores, Thierry Henry foi o grande exemplo: doou 56 mil euros aos “primos” haitianos.
COI vai reconstruir arenas
O Comitê Olímpico Internacional (COI) também vai agir na reconstrução do país, mas para reconstruir as instalações esportivas destruídas pelo terremoto. A operação terá o auxílio de comitês olímpicos nacionais de todo o mundo e da Organização Panamericana de Esporte (Odepa). Além disso, personalidades de outros esportes também agiram. Na Austrália, astros do tênis como Roger Federer, Rafael Nadal e Serena Williams disputaram jogos beneficientes, com renda revertida às vítimas. Nos EUA, Lance Armstrong doou 250 mil dólares e até Tiger Woods, em meio ao seu escândalo sexual, acionou a fundação que leva seu nome para ajudar os haitianos.
Leite, roupa e dinheiro
Por aqui, os clubes de futebol lideraram as ações. O Palmeiras destinou parte da renda de sua estréia no Paulistão (foto), contra o Mogi, para as vítimas. O Corinthians e seu patrocinador vão doar 300 mil litros de leite. No Rio, o Flamengo incentivou doações de roupas e alimentos, assim como fez o Atlético-PR, em Curitiba. Até mesmo Túlio Maravilha, que busca os 1000 gols, entrou na dança: anunciou que a camisa com que marcar seu gol 900 vai ser leiloada e o dinheiro recebido vai todo para o Haiti. No vôlei, alguns jogos da Superliga também tiveram doações.
O Haiti e os marqueteiros
A comoção que a penúria sobre o Haiti causou no mundo inteiro mobilizou o esporte como um todo. Em muitos casos, se ouve que nada passa de "marketing", de tentativa de aproveitar a onda e ser solidário. Mas, afinal, o que há de errado em ser marqueteiro? O esporte fez com que o marketing fosse visto como uma espécie de feitiçaria para iludir as pessoas. Mas não é isso. Temos visto, no caso do Haiti, muitas ações legais, que de fato podem levar algo de útil para uma população que já era carente e agora está abandonada. É usar a força do esporte para convencer as pessoas em benefício do próximo. Leia mais no Blog do Erich Beting.
  • Créditos: T.Shaffer/Reuters, AFP, AFP/M.Riopa, S.Kajiyama/AP, A.Rocha/Folha Imagem e Folha Imagem

 

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