Em entrevista exclusiva ao Esporte Interativo, Carlos Arthur Nuzman afirma que a emenda é "um absurdo", mas confia que o Senado brasileiro não aceitará a proposta de Ibsen Pinheiro. Ele diz ainda que a realização da Olimpíada fica comprometida com a divisão mais elástica dos royalties.
A emenda Ibsen Pinheiro, aprovada na Câmara na última quinta-feira, prevê as alterações no sistema de divisão de receitas de exploração de petróleo e gás no Brasil. As mudanças afetarão diretamente o Rio de Janeiro – o governo estadual estima que, caso a emenda seja aprovada, o Rio ficará sem R$ 7 bilhões por ano. Em 2009, os investimentos em infraestrutura ficaram em torno de R$ 3 bilhões.
Alguns protestos contra a emenda Ibsen marcaram o fim de semana no Rio de Janeiro. Uma faixa foi estendida no Cristo Redentor para pedir que o projeto seja vetado.
Antes do clássico deste domingo entre Flamengo e Vasco, os jogadores das duas equipes entraram em campo com uma faixa para convocar a população para se mobilizar contra a medida. Além disso, houve um minuto de silêncio nos jogos do Estadual, também como forma de protesto.
Em uma tentativa de mobilizar a população contra a aprovação da emenda, o governo estadual organiza uma manifestação nesta quarta-feira, sob o lema Contra a Covardia e em Defesa do Rio. “Essa emenda inviabiliza completamente tudo. O estado para. A garantia acabou. Inviabiliza as Olimpíadas e inviabiliza a Copa do Mundo. O estado não terá recursos”, disse Cabral em palestra na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), no último sábado.
A emenda Ibsen ainda precisa passar pelo Senado para ser aprovada. O projeto se transformará em lei caso o presidente Lula não o vete. “O Comitê Rio 2016 tem plena confiança de que os poderes legislativos levarão esses fatos em consideração, evitando que o país, em uma volta ao passado, descumpra obrigações assumidas”, completou Nuzman.
O deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) elaborou a proposta para que os royalties sobre a exploração de petróleo e gás no Brasil (incluindo a extração da camada pré-sal) sejam distribuídos entre estados e municípios – metade para cada. O valor seria repartido de acordo com os percentuais de divisão dos fundos de participação dos estados e dos municípios (FPE e FPM).
Conheça a carreira de mais de 10.000 atletas