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Corinthians já tem parceria com UNIP e São Caetano no futsal feminino e masculino

15/04/2010 - 07h00

Corinthians abre os braços para esporte olímpico, mas nega projeto Rio-2016

Felipe Munhoz
Em São Paulo*

O Corinthians fechou recentemente uma parceria com a prefeitura de São Caetano do Sul e a UNIP (Universidade Paulista), para ter uma equipe de handebol feminino. O acordo é mais um exemplo da nova mentalidade do clube, que procura de todos os lados maneiras de entrar no mundo dos esportes olímpicos. Na natação, por exemplo, o alvinegro tentou trazer Cesar Cielo, oferecendo salário de até R$ 60 mil por mês. Mas só conseguiu o reforço de Poliana Okimoto.

PARCERIA NO FUTSAL MOTIVA HANDEBOL

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    Simi é a grande estrela da parceria entre Corinthians, UNIP e a prefeitura de São Caetano

Quem olha de fora a movimentação no clube, logo pensa em Rio-2016. Não é segredo que a realização das Olimpíadas no Brasil vai gerar investimento pesado na área de esportes. Os clubes brasileiros sabem disso e se movimentam para entrar na dança. Além disso, só os esportes amadores – na prática, tudo o que não é futebol – são beneficiados pela Lei de Incentivo ao esporte, que fornece benefícios fiscais às empresas. Apesar de um cenário tão propício, o Corinthians nega que seu projeto foi inspirado pelo evento carioca.

Segundo o diretor de esportes terrestres do clube, Roberto Toledo, um dos responsáveis por trazer novas modalidades ao Parque São Jorge, a mudança de postura começou antes da escolha do COI pela capital fluminense. “Desde que o presidente Andrés (Sanchez) entrou no clube, a gente tem adotado esta mentalidade. A ideia é reforçar as categorias de base destas modalidades (de esportes olímpicos) e evitar que eles saiam do clube em uma determinada idade por não ter mais equipe para jogar”.

O clube chegou perto, até, de salvar uma instituição olímpica nacional. O Corinthians negociou uma parceria com o Brasil Vôlei Clube, ex-Banespa, o maior celeiro de jogadores que o vôlei brasileiro já teve. Os planos, porém, esbarraram no alto custo da modalidade. O impedimento é o mesmo do basquete. “Os valores são muito altos, chegamos a iniciar uma conversa com o Brasil Vôlei, mas não foi para frente. O basquete é mais barato, seria mais factível, mas por enquanto só tivemos conversas. Foram inúmeras reuniões”, disse Toledo.

O alto custo, porém, não se repete em outras modalidades. Com parcerias, o clube praticamente não coloca a mão no bolso. No handebol, no futsal e na ginástica artística, são os parceiros quem bancam salários e disponibilizam os profissionais especializados. O Corinthians entra só com a estrutura e o material esportivo. O handebol foi o último a entrar nesse pacote. “Nesse caso, a nossa vontade foi de conseguir ter a escadinha completa das modalidades [todas as categorias de base, mais o time principal]. Como a gente tem uma parceria sólida e bastante confiável com o São Caetano e a UNIP no futsal feminino e no masculino, decidiu aumentar ainda mais esta união”, destacou o dirigente.

O alvinegro também montou um time de futebol americano, mas foi um caso atípico. “O time foi criado esse ano, mas eles entraram com um patrocinador que paga R$ 10 mil por mês. Isso só se viabilizou porque eles vieram com um parceiro de fora, senão ficaria difícil”, explicou.

Outros projetos olímpicos

O interesse de clubes de futebol em esportes olímpicos não é novidade. Antes das Olimpíadas de 2000, em Sydney, na Austrália, Vasco e Flamengo investiram pesado. Os cariocas reuniram boa parte da delegação brasileira. No entanto, pouco mais de dois anos depois, a verba acabou e os times perderam atletas, deixaram de pagar salários e até hoje sofrem com projetos nem sempre consistentes para manter estas modalidades. Recentemente, o Flamengo, que tem como presidente uma ex-atleta olímpica, a nadadora Patrícia Amorim, reativou algumas modalidades, como a natação, com a contratação de Cesar Cielo.

GRANDES CLUBES NO RAMO

Enquanto algumas equipes de futebol tentam investir nos esportes olímpicos, os clubes Minas e Pinheiros seguem os mais estruturados do Brasil

Em São Paulo, os rivais do alvinegro também têm demonstrado interesse em buscar visibilidade com as modalidades olímpicas. O Palmeiras anunciou em fevereiro que irá investir em um conjunto de quatro esportes. Dois deles já foram escolhidos – basquete e judô, modalidades historicamente fortes dentro do clube. As outras ainda estão sendo analisadas pela diretoria, mas o tênis, o pugilismo e o levantamento de peso estão entra as mais cotadas. O São Paulo, por sua vez, fez um acordo de três anos com a também campeã olímpica Maurren Maggi, contratada com auxílio da Nestlé, e também tem uma parceria no futsal.

*Com a colaboração de Bruno Doro e Rodrigo Farah

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