Murilo é o melhor do ano e impede inédito tri de Cielo e tetra da natação
A cada quatro anos, a seleção brasileira masculina de vôlei disputa o Mundial. Nas últimas três edições o desfecho foi sempre o mesmo: Brasil campeão. E o jogador que comandou a conquista terminou o ano como o melhor atleta do país. Em 2010 não foi diferente. Ícone do tricampeonato na Itália, Murilo foi o destaque do Prêmio Brasil Olímpico, vencendo a principal categoria do ano. Com o resultado divulgado na noite desta segunda-feira, no Teatro do MAM, no Rio de Janeiro, o ponteiro impediu o terceiro título consecutivo de Cesar Cielo e o tetra da natação.
Em 12 edições, nenhum atleta foi eleito o melhor da temporada por três vezes consecutivas. E o tabu permanece. Sem obter o mesmo êxito dos anos anteriores, Cielo tinha a seu favor o desempenho do último final de semana – faturou quatro medalhas no Mundial de Dubai e foi o primeiro nadador a unificar os títulos mais rápidos (50 m e 100 m livre) em piscina longa e curta.
No entanto, os triunfos não foram suficientes para alavancar o tri do paulista, que representaria o tetra da natação – Thiago Pereira foi eleito o melhor atleta de 2007. Somente a ginástica artística ficou no topo por quatro anos seguidos com o bi de Daniele Hypolito (2001 e 2002) e o bi de Daiane dos Santos (2003 e 2004).
FABIANA MURER VENCE NO FEMININO
Fabiana Murer não cansa de repetir que viveu o melhor ano de sua carreira. Campeã mundial indoor e da Liga de Diamante, a saltadora ficou entre as dez finalistas em premiação da Iaaf e, agora, foi eleita a melhor atleta do país em 2010 ao vencer Ana Marcela Cunha, das maratonas aquáticas, e a dupla Juliana e Larissa, do vôlei de praia. A boa fase foi ratificada nesta segunda-feira no Prêmio Brasil Olímpico, em que a campineira ainda fez dobradinha com seu técnico, Elson Miranda.
Multicampeão, o vôlei tem um representante no topo pela terceira vez na história – todos em anos de conquistas do Mundial. Nalbert venceu em 2002 e Giba, em 2006. Agora, foi a vez de Murilo. O ponteiro foi peça chave da seleção brasileira na conquista do nono título da Liga Mundial e no tricampeonato Mundial. Nos dois torneios, ainda foi eleito o melhor jogador.
Murilo entrou na disputa como favorito. “Não sei por quê, mas sinto que ele é o favorito”, falou Leandro Guilheiro antes do anúncio do prêmio. O judoca estava entre os três finalistas principalmente pelo vice-campeonato mundial e por vitórias no Grand Slam de Paris e na Copa do Mundo.
Cielo disputava o título pelo desempenho no Pan-Pacífico. Mesmo faturando o ouro nos 50 m borboleta, o paulista sucumbiu em suas especialidades: 50 m (prata) e 100 m livre (bronze). O nadador ainda alavancou seu status no Mundial de piscina curta, mas não deu tempo de reverter o favoritismo de Murilo.
"Agradeço a todos que votaram em mim. Fiquei muito feliz ao ser indicado e nem sonhava que um dia eu estaria aqui e que poderia fazer este discurso. Eu divido o prêmio com meus companheiros de seleção e do Sesi”, falou Murilo, que fez questão de mencionar a família e dedicou o prêmio à esposa Jaqueline, também jogadora de vôlei.
MURILO DIVIDE PRÊMIO COM A SELEÇÃO
“Quero agradecer em especial a uma pessoa que está sempre junto comigo, que é a minha esposa Jaqueline. Por causa da profissão, ela não está aqui comigo porque está disputando o Mundial de Clubes no Qatar, mas ela faz parte de toda a minha vida e me fez crescer como pessoa e como profissional”.
Melhor técnico coletivo
O vôlei ainda foi representado por Bernardinho. O técnico foi eleito pela quinta vez o melhor nos esportes coletivos. O comandante teve ano complicado ao protagonizar o “jogo da vergonha” no Mundial, mas foi tricampeão. Na categoria individual, o prêmio ficou com Elson Miranda, técnico de Fabiana Murer, campeã mundial de salto com vara.
*Atualizada à 0h23
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