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Brasil Olímpico ganha ares coletivos, revela musas e destaca Lula e Eder Jofre

Lara Teixeira, do nado sincronizado, no Prêmio Brasil Olímpico - André Ricardo/UOL
Lara Teixeira, do nado sincronizado, no Prêmio Brasil Olímpico Imagem: André Ricardo/UOL

Roberta Nomura

No Rio de Janeiro

21/12/2010 07h07

Nunca o Prêmio Brasil Olímpico teve tanto apelo coletivo como a 12ª edição, realizada no Teatro do MAM, no Rio de Janeiro. O “Oscar do esporte brasileiro” inovou e indicou equipes para a premiação individual. Não bastasse o ineditismo, a dobradinha entre melhor atleta do ano e técnicos propagou ainda mais o discurso de valorização do grupo. E um conjunto, em especial, sobressaiu. O time de nado sincronizado foi 'descoberto' pelo público que gritou e aplaudiu muito. Ritual semelhante foi destinado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-pugilista Eder Jofre.

O mandatário, aliás, vem fazendo história no evento. Assim como no ano passado, Lula subiu ao palco para receber homenagens. Em sua rápida passagem pelos microfones, o presidente empolgou em discurso um pouco mais sério e também quando fez piada. “O Eder Jofre tem sorte que ele é meia dúzia de anos mais velho do que eu, senão ia convidá-lo para um embate. Aí ele ia ver o que um peso mosca faz em um galo”, brincou, arrancando risadas da plateia.

Lula ainda falou em trabalho conjunto para o Rio de Janeiro conquistar o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. O lema de coletividade pautou a noite no Teatro do MAM. A cerimônia começou com as homenagens quase que protocolares – de tão corriqueiras que viraram. Políticos no palco e o presidente Lula em evidente destaque.

Os atletas de 47 modalidades foram, então, chamados um a um ao palco. A cerimônia ainda guardou boa parte de tempo para enaltecer jovens atletas e seus feitos em 2010. Entre shows e premiação de cada estrela, Eder Jofre foi homenageado na temporada em que completou 50 anos de seu primeiro título mundial e emocionou.

"Vocês não calculam a alegria e satisfação de ser brasileiro e ter recebido este prêmio de vocês. Não encontro palavras para agradecer esta homenagem. Nem sei mais o que eu digo. Muito obrigado de coração”, falou o ex-pugilista, com a voz trêmula. E o discurso veio em boa hora, já que parte do público começava a se dispersar. A longa cerimônia teve continuidade e terminou apenas cerca de 2h40 depois.

FRASES DO PRÊMIO

É um conjunto. O atleta não vai para frente se não tiver um técnico dando suporte

Fabiana Murer, melhor atleta de 2010

A gente vem crescendo junto. Ela me ajudou a entender o salto com vara. O título dela me ajudou. Uma coisa levou a outra, um título ao outro

Elson Miranda, melhor técnico individual

Antes do anúncio mais esperado da noite, os presentes viram a novidade da 12ª edição. O Prêmio Brasil Olímpico não tem mais caráter exclusivamente individual. Das 47 modalidades premiadas, quatro elegeram conjuntos como o destaque do ano: nado sincronizado, vela, vôlei e vôlei de praia. A dupla Juliana e Larissa, inclusive, concorria ao principal troféu da noite.

Bruno Prada e Robert Scheidt foram os melhores da vela. A seleção masculina faturou o prêmio do vôlei e foi representada apenas pelo capitão Giba e por Murilo. Mas foi quando a equipe do nado sincronizado ‘desfilou’ no palco que os presentes exteriorizaram sua satisfação em descobrir novas musas. Durante o coquetel, elas foram muito badaladas e atenderam a vários pedidos de foto.

FRASES DO PRÊMIO

O vôlei é coletivo. Não tem como não dividir o prêmio com meus companheiros. Sou só um atleta que representa o grupo inteiro da seleção

Murilo, melhor atleta de 2010

Esse prêmio tem fundo coletivo. Represento a comissão técnica e o Murilo, os jogadores que brilharam no Mundial. O prêmio não é meu, é nosso

Bernardinho, melhor técnico coletivo

A premiação continuou até o ponto máximo da festa: a escolha do melhor atleta do ano. Fabiana Murer confirmou o título entre as mulheres e Murilo na categoria masculina.

As escolhas fizeram a inédita dobradinha com os técnicos com Elson Miranda, treinador da saltadora, e Bernardinho, comandante da seleção brasileira masculina de vôlei.

Desde que a categoria melhor técnico foi desmembrada em individual e coletiva, em 2007, é a primeira vez que atleta e treinador de uma mesma equipe faturam os prêmios juntos. “O Murilo é um representante clássico do voleibol coletivo.

Mais do que merecido o prêmio dele [Murilo] em função do que ele representa para a nossa equipe. Ele pratica um voleibol solidário, coletivo”, elogiou Bernardinho, eleito o melhor treinador pela quinta vez.

MELHOR DO ANO, MURILO DIVIDE PRÊMIO COM SELEÇÃO DE VÔLEI