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Primeiros atletas garantidos em Londres-2012 vivem realidades diferentes no tiro

Fuzaro em ação no Campeonato das Américas, quando conseguiu a vaga em Londres - Divulgação/CBTE
Fuzaro em ação no Campeonato das Américas, quando conseguiu a vaga em Londres Imagem: Divulgação/CBTE

Marcos Jorge

Em São Paulo

24/12/2010 07h00

O tiro esportivo garantiu os dois primeiros atletas do Brasil em competições individuais para Londres-2012. Ana Luiza Mello e Filipe Fuzaro conseguiram a vaga depois de vencerem o Campeonato das Américas, no final de novembro. As semelhanças entre os dois representantes brasileiros, contudo, terminam aí. Fuzaro pratica o esporte desde a infância e precisa custear boa parte de sua preparação. Já Ana Luiza pratica o tiro há pouco mais de dez anos, e conta com o respaldo militar.

TIRO BRASILEIRO GARANTIDO EM LONDRES

  • Divulgação/CBTE

    Ana Luiza Mello participa do Campeonato das Américas, no Rio, quando garantiu vaga em 2012

  • Divulgação/CBTE

    Filipe Fuzaro se diverte depois de conseguir a sua vaga nas Olimpíadas na fossa olímpica double

Além dos dois atletas do tiro garantidos em competições individuais nos Jogos Olímpicos de 2012, outras modalidades coletivas já têm seu lugar em Londres. A seleção feminina de futebol conseguiu a vaga após a conquista do Sul-americano e a equipe de salto se classificou com o 4º lugar no Mundial de hipismo realizado nos EUA, em setembro.

Em novembro passado, o tiro esportivo foi responsável pela classificação dos primeiros atletas de competições individuais para Londres-2012. A carioca Ana Luiza Mello conseguiu a vaga na prova de pistola de 25m, em que é necessário acertar um móvel fixo, enquanto Filipe Fuzaro competirá na fossa dublê, onde o atleta precisa acertar alvos móveis (pratos). “É como comparar basquete e futebol. Os dois esportes são jogados com uma bola, mas são completamente diferentes”, comparou Fuzaro, que vive em Rio Claro, mas treina na cidade de Americana.

A introdução dos dois atletas à modalidade que deu o primeiro ouro olímpico da história ao Brasil também foi distinta. Fuzaro começou a atirar logo aos cinco anos de idade, por influência da família, uma vez que o pai e o avô eram praticantes da modalidade. Com o respaldo do pai, o paulista começou a disputar competições de tiro logo aos 12 anos de idade.

Ana Luiza começou mais tarde, em 1999, quando entrou para o exército e começou a praticar o tiro esportivo por influência do ex-marido. “É mais fácil um militar ser apresentado ao tiro porque o esporte é bastante praticado nas academias militares”, explica a atleta que desde o ano passado tem se dedicado exclusivamente ao esporte.

Ana Luiza treina cerca de oito horas diárias em atividades que envolvem não apenas o tiro, mas também práticas aeróbicas e fundamentos técnicos. Representante brasileira também nos Jogos Mundais Militares, a carioca tem o apoio da instituição, que lhe permite tempo para os treinos e o uso da estrutura da academia militar.

Fuzaro, por sua vez, não conta com este apoio. Formado em administrador de empresas e dono de uma empresa de material para calçados, ele define o tiro esportivo como “um hobby levado a sério” e que terminou com uma vaga para Londres-2012. “A confederação me ajuda arcando com os custos de viagens para competições, mas isso não representa nem 10% dos meus gastos”, afirma o atirador que em 2011 aumentará a rotina de treinos visando as edições da Copa do Mundo e o Mundial de Tiro, competições que servirão para medir forças com os principais atiradores do mundo.