Estrelas olímpicas brasileiras têm chance de redenção e autoafirmação nos Mundiais de 2013

Alguns atletas frustraram suas próprias expectativas e o rótulo de melhores do mundo nos Jogos Olímpicos de Londres. Outros apareceram como azarões, surpreenderam e agora estão marcados como novos ídolos a serem batidos. Em comum, todos terão em 2013 a chance de redenção ou autoafirmação com os Mundiais de suas modalidades.

Abaixo, o UOL Esporte lista o que esperar dos brasileiros nos principais Mundiais do ano pós-Olimpíada.

O Mundial de Esportes Aquáticos será realizado na cidade de Barcelona, a partir do dia 19 de julho. Será a oportunidade de o Brasil tentar apagar a participação tímida de Londres, em que o grande destaque foi a prata de Thiago Pereira nos 400 m medley.

Maior nome da natação brasileira, Cesar Cielo chegou à capital inglesa com o melhor tempo do ano nos 50 m livre e com status de quase imbatível na prova que o consagrara campeão olímpico em Pequim-2008. Mas foi surpreendido pelo francês Florent Manaudou, não fez uma boa prova na final e ficou com o bronze.

Após a decepção, Cielo cogitou dedicar-se exclusivamente aos 50 m livre e abandonar os 100 m, prova em que foi campeão e recordista mundial em 2009 (marca que permanece até hoje). Até agora, não anunciou se realmente vai destinar atenção total à prova mais rápida da natação, mas já deixa claro que seu objetivo no ano é manter o tricampeonato mundial nos 50 m.

“Vou encarar o Mundial de Barcelona como eu sempre encaro todas as competições mais importantes do ano. Sempre miro na competição mais importante de cada temporada e este ano o Mundial de longa é a competição mais importante”, falou. “O foco será tentar defender os títulos que eu tenho dos Mundiais de Xangai-2011 e Roma-2009 nos 50 m livre”.

Para chegar na Espanha em perfeitas condições rumo ao tri, Cielo, que também é o atual campeão mundial dos 50 m borboleta, até se ausentou no Mundial de piscina curta, em dezembro do ano passado, para se recuperar de uma tendinopatia nos joelhos.

Outros destaques brasileiros e que devem participar do Mundial são Thiago Pereira, Felipe França, Nicholas Santos a Poliana Okimoto, na maratona aquática, entre outros.

Se Cielo fez um 2012 frustrante apenas por ter conseguido um bronze e não um esperado ouro, Fabiana Murer foi mais decepcionante. Depois de ser campeã mundial em 2011 e bater a lenda Yelena Isinbayeva, não passou sequer das eliminatórias do salto com vara em Londres. Reclamou do vento e foi criticada.

Fabiana agora terá a chance de manter seu status de campeã do mundo em Moscou, de 10 a 18 de agosto, e retomar ao topo. Mas diz que pensa passo a passo e quer antes se focar nas competições anteriores para chegar bem preparada à competição mais importante do ano.

“O ano começa cedo, já em janeiro. A primeira competição vai ser em Reno (EUA). Depois, vêm as competições na Europa. Vou tentar bater o recorde sul-americano indoor, que é de 4,82 m [feito por ela em Birmingham, em 2010]. Só depois vou pensar na temporada ao ar livre. O Mundial vai ser muito forte, como sempre. Salto com vara é muito complicado. Vou para fazer o meu melhor”, falou.

O Mundial de Moscou também será a chance para os revezamentos 4 x 100 m rasos masculino e feminino voltarem a figurar entre os melhores do mundo. Em Londres, apenas as mulheres passaram à final, mas terminaram em sétimo lugar e ainda brigaram após a prova.

Se dois dos maiores ídolos do esporte olímpico brasileiro não conseguiram o que deles se esperava em Londres, outros supriram a lacuna correndo por fora. E agora tentam o título mundial.

Após brilhar em 2012 na ginástica artística e conquistar um ouro olímpico inédito para o Brasil na modalidade, Arthur Zanetti tentará o título mundial com mais pressão sobre suas costas. Terá a chance de entrar em ação no Mundial da Antuérpia (BEL), de 30 de setembro a 6 de outubro. Antes, terá como preparação etapas da Copa do Mundo e a Universíade (Arthur é estudante universitário de educação física, em São Caetano do Sul).

“Para 2013, é dar continuidade ao trabalho e fixar novamente os objetivos mais importantes. Posso ganhar ou perder etapas da Copa do Mundo, não vamos colocar pressão por ouro o tempo todo por eu ser campeão olímpico, mas vou focar no Mundial e na Universíade como as competições mais importantes do ano nas argolas. Também vou trabalhar os saltos e o solo. Mas o foco principal é mesmo nas argolas”, falou.

Competir com a pressão por ter levado o ouro em Londres não é problema para o pupilo, diz o técnico Marcos Goto. “Vamos continuar com o nosso trabalho. Não vou fazer pressão nem me sentir pressionado. Vamos fixar objetivos e trabalhar para isso e o caminho pode ter vitórias e derrotas. O Arthur não precisa ganhar tudo o que disputar, mas sim ter metas”, falou.

O Mundial da Bélgica pode ser uma chance de redenção para Diego Hypolito. Em 2012, após os Jogos, fez cirurgias para corrigir lesões no ombro esquerdo e no tornozelo direito. Teve frustrante participação na Olimpíada ao cair nas eliminatórias e ficar na primeira fase.

Responsável por quatro medalhas do Brasil em Londres, o judô terá um Mundial em casa, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, em setembro. Chance para Sarah Menezes, campeã olímpica, conquistar seu primeiro título mundial adulto.  

A piauiense já foi bicampeã junior, mas entre os adultos tem "apenas" uma prata e dois bronzes. "A principal [competição do ano] é o Mundial no Rio. Quero terminar o ano de 2013 no topo do ranking e também porque eu fui bronze nos dois Mundiais passados", falou,

Também devem participar outros famosos nomes do judô, como Felipe Kitadai (bronze em Londres), Leandro Guilheiro (bronze em Atenas e Pequim) e Tiago Camilo (prata em Sydney e bronze em Pequim).

Tradicional polo de medalhas olímpicas para o Brasil, o vôlei de praia também terá seu Mundial em 2013, na Polônia, provisoriamente agendado para a primeira semana de julho. Será a chance de ver em ação novas duplas femininas, principalmente Juliana e Maria Elisa, e saber se a criação de uma seleção permanente trará resultados tanto entre as mulheres quanto entre os homens.

Mais próximo, o Mundial de handebol masculino terá início já a partir desse mês, no dia 18. A seleção brasileira tenta se recuperar depois de não conseguir a classificação para os Jogos de Londres ao perder a vaga para a Argentina, nos Jogos Pan-Americanos de 2011, e depois não se classificar no Pré-Olímpico mundial.