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Hulk metrossexual desaba de dor por lesão, mas vence o 'mais forte do país'

  • Luiza Oliveira/UOL

    Sérgio Batista, o Hulk, vence prova de Strongman e se torna homem mais forte do país

Luiza Oliveira*

Do UOL, em São Paulo

28/10/2013 12h53

Fortão, alto, cara fechada e 121 kg de músculos aparentes e chamativos. A primeira sensação ao olhar para Sergio Batista é de intimidação. Quando está em ação, ele se transforma ainda mais e causa medo em muita gente. Exibe sem restrições veias saltadas, caretas, e urros que, não por acaso, lhe renderam o apelido de Hulk.

Sergio Hulk se tornou o ‘homem mais forte’ do Brasil ao vencer a primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Strongman, disputado no último fim de semana, em Peruíbe, litoral paulista.

Para conquistar o título, executou provas impossíveis para meros mortais e foi ao limite do esforço físico, da força, da exaustão. Ergueu bolas de concreto de até 180 kg, carregou uma pedra de 200 kg, tombou pneus gigantes de quase meia tonelada e levantou uma barra de ferro de 300 kg mais de uma vez.

Finalizou sua participação ao tirar um caminhão-pipa de 24 toneladas do estado de inércia e fazê-lo andar por 25 m usando apenas a força de seu corpo. Em uma cena digna de filme, subiu no teto do veículo, soltou o grito e rasgou a camisa imitando o gesto do super-herói verde.

Com um misto de força, técnica, agilidade e concentração, Sérgio Hulk desbancou com facilidade os rivais, em especial seu tutor, amigo e maior oponente: o hexacampeão do Strongman Marcos Mohai. Ele abandonou a competição por sofrer uma lesão no bíceps ao tentar erguer uma bola de concreto de 180 kg na primeira prova.

Sérgio também conviveu com a dor e as lesões. Não conseguiu completar uma das provas com dores no bíceps e terminou outra no limite. Após subir uma ladeira com cilindros de 150 kg em cada mão, foi ao chão assim que cruzou a linha de chegada. Precisou ser socorrido pelos fisioterapeutas e improvisou um açaí gelado no local, enquanto o gelo estava a caminho. Depois da maratona, só fez força para subir no primeiro lugar do pódio.

Apesar do tamanho, Sergio joga por terra a imagem de brutamonte nas primeiras palavras da entrevista.  De fala mansa e ar tranquilo, demonstra timidez diante dos microfones, câmeras e gravadores. Resume as frases e mostra que, ironicamente, é o intimidado da vez.

“Essa vitória veio em boa hora. Só me dá mais força para treinar mais”, diz ele que tem uma rotina intensa com exercícios de musculação diários, além de dois treinos semanais de 4h com atividades voltadas para o Strongman.

Curiosamente, Sérgio mostra um outro lado. É uma pessoa sensível e extremamente vaidosa. Às vezes até exagera nos cuidados com a aparência. “Sou um pouco metrossexual, mas não muito”, brinca.

 “Tenho umas frescurites. Faço questão do cabelo cortado e da barba feita. Gosto de me depilar, me sinto mais limpo. Uso gel 24 h por dia e gosto de me arrumar. Tenho um estilo meio skatista, surfista, acompanho as tendências. Gosto de relógio, óculos. Se vejo uma camiseta que me atrai vou lá e compro”.

Em poucos minutos, ele se abre. Diz tem medo da morte dos pais, chora em filmes e lembra de ter se emocionado ao ouvir as palavras carinhosas do amigo Mohai ao ficar em segundo lugar no último Campeonato Brasileiro de Strongman. “A gente é grande, mas é sensível”, conta.

E mostra que tem que ficar bem mansinho em algumas situações.  A comemoração do título em uma pizzaria foi logo interrompida pela mãe. Ele sabe que dessa vez não adianta esbravejar, nem fazer careta.

“Minha filha está com a minha mãe desde a manhã de hoje. E ela já está cansadona. Tenho que ir”, conta sobre a filha Emilly, de 2 anos e 3 meses. Com a mulher Kethlenn , a rédea também é curta. Ao ser perguntada se em casa o marido fica verde, em alusão ao Incrível Hulk, ela não titubeou. “Lá em casa quem é brava sou eu”. Cuidado, Sérgio.

*A repórter viajou a convite do evento