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Dieta dos atletas tem omelete, bolo e pratão de macarrão; compare com a sua

Giselle Hirata

Do UOL, em São Paulo

12/11/2013 06h00

Eles têm energia e disposição para treinar todos os dias, participam de vários campeonatos durante o ano e, de quebra, têm um físico que parece inalcançável a meros mortais. O segredo? Nada fora do comum: a alimentação.

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  • Arte UOL

Basicamente, o cardápio de um atleta é igualzinho ao de uma pessoa comum. Eles comem arroz, feijão, bife, salada... só que em dobro! Enquanto o consumo de calorias diárias de um indivíduo (que não pratica esporte) gira em torno de duas mil calorias, o de um jogador de futebol, por exemplo, pode chegar a quatro mil. Com a ajuda de especialistas, o UOL Esporte montou cardápios que são recomendados a atletas de diferentes pesos. 

A diferença de consumo calórico acontece porque a dieta leva em consideração o peso, a altura e a queima de calorias de cada pessoa. “Só para ter uma noção, um cidadão comum perde entre 1,8 mil e 2,4 mil calorias em um dia. Já um jogador de futebol perde quase a mesma quantia se jogar uma partida de 90 minutos”, calcula Turíbio Leite de Barros, fisiologista do esporte da Unifesp.

E se engana quem pensa que a dieta se baseia apenas no café da manhã, no almoço e na janta. “Um esportista profissional deve consumir, no mínimo, seis refeições diárias. Incluindo alimentações no pré, durante e pós-treino. E, em alguns casos, é necessário até colocar suplementos para conseguir complementar a dieta”, explica a nutricionista esportiva, Bianca Magnelli.

Para ter uma boa alimentação também é preciso ficar atento aos macronutrientes – carboidratos, proteínas e lipídeos. “Cada um tem uma função e a quantidade depende da intensidade da atividade física praticada. Por exemplo, um atleta que pratica um esporte que envolve muita corrida e treinos intensos, precisa reforçar a ingestão de carboidratos, que são fonte de energia”, diz Marina Bonilha, nutricionista esportiva do Centro Integrado de Apoio ao Atleta do Esporte Clube Pinheiros.

De acordo com Miguel Vieira, nutricionista esportivo que trabalha com lutadores como Anderson Silva e Minotauro, as proteínas são importantes na manutenção dos tecidos, como a reparação dos músculos, além de favorecer o ganho de massa magra. “Para atletas de MMA, por exemplo, eu costumo dar ênfase neste macronutriente. A proteína ajuda no processo de perda de peso – o que é muito importante para um lutador que quer permanecer em sua categoria”, conta.  Já os lipídeos, que são consumidos em menor quantidade, são fonte de energia para exercícios moderados.

Os nutricionistas ressaltam que os atletas precisam consumir uma quantidade adequada de calorias, uma vez que a baixa ingestão pode afetar o desempenho no esporte. “Muitos esportistas tendem a reduzir o consumo de calorias, principalmente de carboidratos. E essa carência nutricional pode gerar cansaço, fadiga muscular, alteração do sono, câimbras, perda de massa muscular, entre outros. Tudo isso prejudica tanto os treinamentos como as competições”, lembra Karina Valentim, nutricionista da Patricia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

E para manter sempre uma boa atuação, os atletas seguem à risca as orientações de seus nutricionistas. E, como os gastos calóricos são elevados, ainda incluem suplementos para complementar a alimentação. 

O cardápio apresentado no infográfico para pessoas comuns é indicado por nutricionistas. Mas a realidade da alimentação dos “não-esportistas” é outra.

Segundo o Ministério da Saúde, apenas 22,7% da população brasileira ingere porções diárias recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria extrapola nas gorduras saturadas e ultrapassa três mil calorias diárias – o que equivale ao cardápio de uma ginasta que treina duas vezes por dia. Ou seja, mil calorias a mais do que o indicado. 

A má alimentação, vinculada ao sedentarismo, tem sido a grande vilã da atualidade. De acordo com uma pesquisa da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), o país do futebol tem 51% da população com excesso de peso e 17,4% da população com obesidade.