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Campeonato brasileiro de cheerleaders tem 14 equipes; torneio começa hoje

Giselle Hirata

Do UOL, em São Paulo

07/12/2013 06h00

Quem pensa que as líderes de torcida só servem para animar os jogos de futebol americano, se engana. Muito além de ser um espetáculo de meninas bonitas, o cheerleading (como é chamada a modalidade) é um esporte muito praticado nos EUA, com vários torneios anuais. No Brasil, o campeonato nacional já chega à sua terceira edição e conta com 14 equipes de mais de seis estados, que competirão entre si neste final de semana. 

A competição, que neste ano acontece em Sorocaba, tem três categorias: a Escolar, a Universitária e a All Star, que não é ligada a nenhuma instituição de ensino. “Cada equipe pode ser formada por, no mínimo, cinco pessoas e, no máximo, 36”, explica Rodrigo Gonçalves, presidente da União Brasileira de Cheerleaders, que organiza o evento.

Segundo ele, seis elementos obrigatórios são avaliados: saltos, acrobacias, elevações, arremessos, pirâmides e dança. “E de modo geral, também analisamos a expressão corporal, a maneira como a apresentação flui e o sincronismo da equipe”, destaca. E este ano a arbitragem conta com o reforço de um treinador chileno, Benjamin Beltrano.

Para se inscrever, cada participante deve pagar uma taxa de R$ 40,00. O valor arrecadado é destinado à compra de troféus e medalhas, que serão entregues às equipes vencedoras. “Como não temos nenhum patrocínio, temos que contar com a contribuição dos participantes e, também, de voluntários, que se oferecem para ajudar no evento”, conta Rodrigo.

O cheerleading foi introduzido oficialmente em 2008, pela Comissão Paulista de Cheerleading. Misturando dança e elementos da ginástica, a modalidade já atrai adeptos, principalmente nas escolas.

“Eu tenho notado uma procura maior por parte dos alunos. Até os meninos, que pensavam que o esporte era ‘coisa de menina’, já estão participando”, diz Sara Souza de Oliveira, coach de cheerleading do colégio Van Gogh – que é bicampeão no cheerleading e campeão na modalidade dance.

Sara acredita que, com o tempo, muitas instituições de ensino devem adotar a prática como uma atividade complementar – uma vez que o cheerleading pode ajudar no desenvolvimento dos alunos. “Nas equipes que eu treino, vejo uma evolução muito grande nos alunos. Eles aprendem a ter mais responsabilidade, a trabalhar em grupo e a ter mais respeito uns com os outros. Isso sem falar daqueles que tiveram uma melhora na autoconfiança”, explica.

O objetivo dos organizadores do evento é fazer com que o esporte chegue a todos os estados brasileiros, uma vez que o cheerleading ainda engatinha por aqui. “Tem muito potencial, mas ainda vejo resistência aqui no Brasil”, diz Rodrigo.

Para ele, os filmes americanos que retratam as líderes de torcida como bonitas e burras acabaram rotulando, de um jeito ruim, o esporte. “Também é comum dizer que as meninas precisam ser magras e atléticas para poder usar tops e saias curtas. Temos que acabar com isso. Assim como é em qualquer esporte, todo mundo pode praticar”, ressalta.

E para acabar com o senso comum do “Me dá um A! Me dá um B”, a UBC oferece vários cursos para treinadores e até para árbitros, que podem atuar nos campeonatos realizados pela entidade.