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Em evento relâmpago, Brasil Olímpico premia Okimoto e zebra Zarif

Do UOL, em São Paulo

17/12/2013 21h31

Entre troféus, discursos, choros e até duelo de guitarras, a principal premiação do esporte brasileiro foi realizada nesta terça-feira em São Paulo e contou com a presença de grande parte dos maiores atletas do país no Teatro Pompeia. A maratonista aquática Poliana Okimoto e o velejador Jorge Zarif foram os maiores premiados da noite, sendo considerados os melhores atletas do ano. Torben Grael saiu com o troféu Adhemar Ferreira da Silva.

Com a apresentação do ex-nadador Gustavo Borges, que se mostrou ainda pouco acostumado com a função, e de Vanessa Riche, jornalista do Sportv, a cerimônia foi breve (menos de 1h de duração) e sem grandes enrolações, diferentemente de anos anteriores. Começou com uma homenagem aos 50 anos dos Jogos Panamericanos de São Paulo. Diversos atletas presentes na histórica competição compareceram para subir ao palco. O ex-lateral direito Carlos Alberto Torres e a ex-tenista Maria Esther Bueno receberam placas comemorativas das mãos de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro.

"É uma grande honra estar aqui essa noite, me sinto até uma intrusa porque não tive a chance de participar de nenhuma Olimpíada, pois o tênis ainda não participava dos jogos. Queria agradecer e quem sabe eu não consigo uma vaga em 2016", brincou Maria Esther, que está com 74 anos de idade e venceu o torneio de Wimbledon três vezes individualmente, em 1959, 1960 e 1964.

O iatista Torben Grael se emocionou ao ser nomeado o vencedor do Troféu Adhemar Ferreira da Silva, que premia ex-atletas com história marcante no esporte brasileiro. Antes do paulistano, Maria Lenk, João Havelange, Joaquim Cruz e Éder Jofre haviam sido alguns dos vencedores do prêmio.

"Confesso que guardava uma certa mágoa por nunca ter sido premiado como melhor atleta, mas agora isso se esvai", falou Torben, que também agradeceu às pessoas que o ajudaram no início da sua vida esportiva. "O Adhemar foi um farol na minha carreira", completou segurando lágrimas ao citar o responsável pelo nome do troféu que acabava de receber das mãos de Hortência, do basquete, a vencedora de 2012.

Entre os melhores treinadores, José Roberto Guimarães, do vôlei, e Marcos Goto, da ginástica artística, foram premiados. Enquanto Zé Roberto não pôde comparecer à premiação por conta de uma partida de sua equipe, o Amil Campinas, pela Superliga feminina, o técnico de Arthur Zanetti mostrou alegria ao receber o troféu das mãos de seu prodígio.

"Treinador está sempre do lado, é muito importante na vida do atleta. A gente começou  com colchões de algodão no chão e chegamos na medalha olímpica. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) iniciou um trabalho muito importante para mim esse ano, principalmente com a compra de aparelhos, a ginástica necessitava", falou Goto.

O mais importante ficou para o final e Poliana Okimoto venceu o prêmio de melhor atleta feminina do ano, superando Yane Marques, do pentatlo moderno, e Rafaela Silva, do judô. A maratonista aquática conquistou três medalhas no Mundial da Fina, em Barcelona, em julho: foi ouro nos 10Km, prata nos 5Km e bronze nos 5Km por equipes. Também venceu as duas últimas etapas da Copa do Mundo de Águas Abertas e ainda bateu o recorde sul-americanos nos 1.500m livre.

"Eu poderia dizer que o importante é competir, mas a gente sempre quer ganhar. As duas concorrentes eram muito boas, eu sei da dedicação de cada uma. O atleta não tem uma vida fácil, a pressão das competições, dos treinamentos. As duas estão de parabéns. Agradeço todos que votaram em mim, pedi para meus amigos, familiares, a gente tem que fazer um lobby, né?", comemorou com humor Poliana. "Sou privilegiada por fazer aquilo que mais amo, que é nadar".

Na premiação masculina, Jorge Zarif apareceu como zebra e venceu o troféu, superando os favoritos Arthur Zanetti e César Cielo. Aos 20 anos, o jovem velejador unificou pela primeira vez os títulos mundiais da classe Finn. O primeiro triunfo aconteceu em julho, quando se tornou bicampeão mundial júnior em Malcesine, na Itália. Em agosto, em Tallinn, na Estônia, conquistou a medalha de ouro na categoria open do campeonato mundial da classe.

"Estou surpreso assim como vocês por estar aqui. Acho que esse ano tive bastante sorte, não nada que reclamar. Lembro até hoje de receber uma ligação do Bruno Prada falando 'você teve o pior resultado entre os homens nas últimas Olimpíadas, você quer ser o último de novo ou quer ganhar medalha?'. Ali começou um projeto que se consolida como vitorioso", discursou Zarif, que também fez questão de agradecer aos seus ídolos do esporte Robert Scheidt e Torben Grael.